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Entrevista
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Por Redação
11 de agosto de 2025

“Não estou chegando à casa Coop, eu sou da casa!” afirma novo CEO da Coop

Recém-empossado, Celso Furtado avalia a passagem anterior pela rede e adianta quais os primeiros passos que dará em sua gestão na companhia varejista

Desde 1º de agosto, quando assumiu o cargo, Celso Furtado, novo CEO da Coop, vem reforçando seu vínculo com a cooperativa onde iniciou sua trajetória profissional. Após 21 anos atuando em áreas estratégicas como Recursos Humanos, Comercial, Marketing e Novos Negócios, Furtado expandiu sua atuação em grandes redes varejistas e, mais recentemente, foi vice-presidente de Vendas e Marketing da ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados).

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Com 70 anos de história, cerca de 6 mil colaboradores e 1,1 milhão cooperados ativos, a Coop atua hoje com 36 unidades de varejo alimentar, sendo 28 no Grande ABC, uma em Piracicaba, três em São José dos Campos, duas em Sorocaba, duas em Tatuí, 71 drogarias e canais digitais.

Com ampla bagagem e experiência no varejo supermercadista, ele retorna à Coop com o objetivo de fortalecer os pilares cooperativistas e impulsionar a inovação na cooperativa. Em entrevista exclusiva ao portal SuperVarejo, ele apresenta sua visão renovada – e bastante afetiva – em relação à empresa e comenta as estratégias que pretende adotar frente os desafios do setor supermercadista em 2025.

SuperVarejo: Quais serão os primeiros movimentos da sua gestão?

Celso Furtado: Meus primeiros passos foram visitar as unidades e reforçar junto aos colaboradores o quanto eles são fundamentais nesta trajetória de 71 anos de sucesso da nossa cooperativa. Afinal, a união de todos representa a essência das nossas raízes, que é o cooperativismo. Outro passo será criar uma aproximação maior com os fornecedores e sócios-fundadores. Nosso negócio está sustentado em um tripé: cooperados, colaboradores e fornecedores.

⁠SV: Existem estratégias definidas para colocar em prática ainda em 2025?

CF: Estou seguindo com as entregas já previstas no planejamento e dando celeridade na minha integração e conexão junto aos nossos colaboradores, mantendo em paralelo a sintonia com as atuais demandas do mercado.

SV: Aliás, como tem sido o ano de 2025 para a Coop?

CF: O varejo enfrenta um ano desafiador, marcado por juros elevados, pressão inflacionária e a queda do poder aquisitivo. Ainda assim, a Coop não se intimidou e seguiu firme em seu processo de modernização das lojas de varejo alimentar e, para este ano, temos o desafio da nossa expansão no segmento farma, outra importante frente de negócio da Coop.

SV: Os valores cooperativistas sempre nortearam o negócio. Eles também serão um pilar importante da sua gestão?

CF: Os princípios cooperativistas sempre fizeram e continuarão fazendo parte essencial do nosso negócio, fortalecendo as comunidades onde atuamos por meio da geração de emprego e renda, além da promoção da cultura, do esporte, da saúde e da qualidade de vida. E há muitos bons exemplos disso, como a Blitz da Saúde, agora com o novo serviço de eletrocardiograma; os exames de saúde realizados em parceria com a NeoCare; e os repasses a instituições beneficentes, incluindo o Programa de Benefício às Entidades, que neste ano destinará R$ 650 mil. Somente em 2024, a geração de valor da Coop para a comunidade alcançou quase R$ 800 milhões. Em minha gestão, daremos continuidade a todas essas ações e programas sociais.

⁠SV: Como discussões atuais importantes do varejo - como automação (com aplicações de Inteligência Artificial), ESG e experiência do cliente - serão abordadas na sua gestão?

CF: A Coop continuará atenta às tendências do mercado, acompanhando os avanços em tecnologia, fortalecendo ainda mais suas práticas de ESG, que já são bastante consolidadas, e mantendo o compromisso de sempre: oferecer produtos com preços competitivos e um atendimento de qualidade, que são marcas registradas da nossa atuação.

⁠⁠SV: Como era o setor durante a sua primeira passagem pela Coop? O que ficou para trás e o que pode ser aprimorado?

CF: Em minha primeira passagem pela Coop, o setor ainda dava os primeiros passos no processo de digitalização, e tanto as necessidades do negócio quanto o perfil de compra do consumidor eram bastante diferentes. Ao longo da minha trajetória, atuei em áreas estratégicas como Recursos Humanos, Compras, Marketing e E-commerce, o que me proporcionou uma visão ampla do negócio. Em cada uma dessas áreas, tenho a convicção de que contribuí significativamente para os resultados da Coop, por meio de projetos, ações diferenciadas e da aplicação da inteligência de dados.

SV: Quais desses projetos você destaca?

CF: Entre as iniciativas que liderei com orgulho, destaco a implantação da área de Gerenciamento de Categorias, que elevou o desempenho das áreas envolvidas; a criação da Central de Atendimento ao Cliente; o desenvolvimento do CRM; a estruturação da área de Produtos Financeiros, com destaque para o fortalecimento do Cartão Coop; os primeiros passos no E-commerce, com o lançamento do Coop Retira; além da idealização do Mexa-se, programa de incentivo ao esporte e corrida de rua. Hoje, os desafios são outros, mas sigo com a mesma motivação. Tenho plena confiança de que, junto à equipe de profissionais da Coop, continuaremos à frente de projetos pioneiros no varejo, como já demonstramos ao sermos a primeira rede do Brasil a implantar self checkouts, restaurante e cafeteria integrados à área de autosserviço.

Sempre vivi o ecossistema Coop: como colaborador, cooperado, conselheiro e, agora, como Diretor-Geral/CEO. Haverá muitos desafios, mas estou preparado e totalmente dedicado a realizar uma gestão de excelência. Não estou chegando à casa Coop, eu sou da casa!

SV: A experiência na ABRAS pode ser relevante para o cargo na Coop?

CF: Enquanto vice-presidente de Marketing da ABRAS, tive a oportunidade de percorrer todo o Brasil e, por meio dos interlocutores regionais, conhecer de perto as dores, os desafios e as particularidades enfrentadas pelos varejistas. Nessas trocas, aprendi muito, compartilhei experiências e reforcei ainda mais minha admiração por esse setor que me fascina desde muito jovem, não apenas desde os 21 anos, quando ingressei na Coop, mas também pelas lembranças afetivas de infância, acompanhando meu pai nas compras na loja Perimetral, em Santo André (SP), uma das unidades da Coop.

⁠SV: O que gosta de fazer nas horas vagas? Algum hobby ou atividade o faz melhor no trabalho?

CF: Sou pai orgulhoso de duas meninas incríveis: Isabelle, de 15 anos, e Laís, de 10. Apaixonado por esportes e verdadeiro entusiasta do varejo, costumo dizer que, em muitas das minhas viagens, troco os pontos turísticos pelas visitas as lojas. Afinal, é no varejo que me sinto em casa.

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