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Varejo
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Por Redação
8 de setembro de 2025

Saiba como diminuir as perdas no ambiente de loja

Quebras operacionais representam boa parte do problema e podem ser evitadas

De acordo com a 8ª Pesquisa Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas) o índice médio das perdas no varejo foi de 1,51%, em 2024, o que representa uma total de R$ 36,5 bilhões. O varejo alimentar está no topo da lista e ajuda a puxar esse índice para cima.

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O estudo revelou que as lojas de vizinhança apresentam índice de 3,3%, seguidas pelas lojas de conveniência, com 3%, do supermercado convencional, com 2,8%, depois hipermercado, com 2,1%, e atacarejos, com 1,8%. Quando se isolam esses 5 tipos de varejo, o índice médio sobre para 2,39%.

A boa notícia é que boa parte desse índice são provenientes de produtos esquecidos ou danificados no estoque; itens vencidos ou armazenados de forma inadequada, isto é, elas podem ser evitadas. “Essas quebras operacionais, que geralmente estão acima de 50%, são variáveis controláveis, estão na mão do varejista. O problema é a outra parte, que a gente chama de perda não reconhecida, uma vez que não conhecemos as causas e muitas vezes são variáveis incontroláveis. Tem um ponto importante de priorização aqui. A curto prazo, a prevenção de perdas tem de ser feita nas quebras operacionais”, explica Carlos Eduardo Santos, presidente da Abrappe.

No hipermercado, as quebras operacionais representam 61,3% dos desperdícios; nas lojas de vizinhança, 60,5%; no atacarejo, 56,3%; no supermercado convencional, 51,7%; e nas lojas de conveniência, 43,7%.Segundo o executivo, a prevenção é um equilíbrio entre 3 ações que, quando coordenadas, potencializam os resultados positivos. “É importante se ter bons processos, investir em tecnologia e condição básica para tudo isso funcionar e ter pessoas engajadas, treinadas, capacitadas e orientadas para esse programa”, resume.

O primeiro passo para um programa efetivo de prevenção de perdas é a empresa ter conhecimento sobre seu desperdício. “Antes de falar de processo, na verdade, a gente precisa falar de indicadores. A empresa precisa saber quais são as principais dores, as principais preocupações ou a raiz do problema para que ela possa, obviamente, implementar um programa de prevenção”, observa Santos.

Com essas questões definidas, é hora de definir os processos que vão ajudar a evitar esse gargalo. É necessário, por exemplo, definir quais são as boas práticas para receber os produtos, com controle de validade e de qualidade do produto. Também é preciso se atentar ao processo de armazenamento, com verificação de temperatura e empilhamento. Outro ponto essencial, que tem de ter processos bem definidos é o abastecimento. “É necessário se ter regras muito claras e estabelecidas. Em uma empresa que não existe processo, as pessoas acabam não tendo um direcionamento daquilo que precisa ser feito. Essa é a condição básica para você pensar em ter um programa de prevenção”, explica o presidente da Abrappe.

Áreas de atenção

As seções do supermercado convencional com maiores índices de perdas são flores (7,7%), rotisserie e comidas prontas (6,1%); FLV (6,1%), padaria e cafeteria (4,8%) e carnes (3,7%). “As quebras são causadas por avarias, pela perecibilidade natural, quando o armazenamento não está apropriado, quando há excesso de compra, quando você compra produtos e não vende. Ter um planejamento de compras adequado, um processo de distribuição alinhado com a expectativa de venda é muito importante. Existem processos e tecnologias exatamente para poder ter uma gestão mais adequada”, afirma.

De acordo com Santos, não adianta nada a empresa ter bons processos e investir em tecnologia, se não existe um programa de endomarketing. “É necessário envolver os setores de Marketing e Recursos Humanos; criar campanhas, definir metas, ter remuneração variável, desenvolver materiais lúdicos, reconhecer boas práticas e desenvolver todo um cenário favorável para que o tema fique na cabeça das pessoas e que todo mundo possa trabalhar com esse objetivo”, completa.

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