Por Redação
20 de novembro de 2025Estratégia de gestão de categoria em supermercados: como fazer?
Aprenda como estruturar uma estratégia de GC no varejo alimentar capaz de aumentar vendas, até otimizar o layout do seu PDV
A estratégia de gestão de categoria em supermercados é um dos pilares mais importantes da operação moderna do varejo alimentar. Muito além da simples organização de produtos nas gôndolas, essa metodologia reúne análise de dados, conhecimento do comportamento do consumidor e visão estratégica de negócio. Quando bem aplicada, ela melhora a circulação na loja, otimiza o sortimento e potencializa as vendas por metro linear, ao mesmo tempo em que torna a jornada do cliente mais intuitiva e agradável.
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A seguir, veja os principais tópicos:
- Definição das categorias e papéis estratégicos
- Planejamento do layout e da setorização da loja
- Análise de desempenho e ajuste de espaço
- Aplicação do modelo de Brian Harris
- Alinhamento entre operação, equipe e fornecedores
- Revisão contínua e uso de tecnologia
O primeiro passo para implantar uma estratégia de gestão de categoria em supermercados é entender o papel de cada categoria dentro do mix de produtos. Cada grupo de itens deve cumprir uma função específica: atrair fluxo, complementar compras, fidelizar clientes ou rentabilizar o negócio.
Por exemplo, alimentos básicos como arroz, feijão e leite atraem consumidores e garantem o movimento constante na loja. Já categorias como queijos especiais, vinhos e produtos gourmet têm margem mais alta e ajudam a aumentar o ticket médio. Essa combinação entre volume e rentabilidade orienta a distribuição dos espaços e define o equilíbrio entre as categorias.
Essa lógica permite que o supermercado se torne mais do que um local de compra: ele passa a oferecer soluções completas. O consumidor não procura apenas produtos, mas sim conveniência e experiências que atendam às suas necessidades — seja um jantar especial, um café da manhã saudável ou o churrasco do fim de semana.
Planejamento do layout e da setorizaçãoA etapa seguinte da estratégia de gestão de categoria em supermercados é o desenho do layout. A forma como os setores são distribuídos influencia diretamente o tempo de permanência, o fluxo de circulação e as compras por impulso.
Um layout eficiente parte de uma lógica clara e intuitiva para o consumidor. Setores como hortifrúti e padaria devem ocupar áreas de destaque, transmitindo frescor e acolhimento logo na entrada. Já frios e laticínios funcionam melhor próximos a pães e bebidas, estimulando compras complementares. Produtos de limpeza e higiene devem estar mais ao final da jornada, evitando contaminações e reforçando a organização da loja.
Ao mesmo tempo, a setorização precisa considerar o perfil do público e o tamanho do espaço. Supermercados de bairro priorizam itens essenciais e de giro rápido, enquanto lojas maiores podem incluir setores de conveniência, bazar, pet shop e adega. Cada decisão no layout deve refletir o comportamento de compra dos clientes e o posicionamento da marca.
Análise de desempenho e otimização de espaçoGerenciar categorias de forma eficiente exige acompanhamento constante. Nem sempre o espaço físico destinado a uma categoria corresponde à sua real importância nas vendas. Por isso, é fundamental medir o desempenho de cada grupo de produtos e readequar o sortimento sempre que necessário.
Esse controle permite ajustar a exposição conforme a rentabilidade. Itens de maior giro devem ter mais espaço; produtos com baixa performance precisam ser revisados ou substituídos. A análise também ajuda a evitar rupturas de estoque e desperdícios, otimizando o abastecimento e garantindo disponibilidade contínua.
Em síntese, a estratégia de gestão de categoria em supermercados transforma o layout em um instrumento de decisão: o metro linear das gôndolas passa a ser gerido com base em dados, e não apenas em percepções ou hábitos do gestor.
Estratégia de gestão de categoria em supermercados com o modelo de Brian HarrisO método desenvolvido por Brian Harris é referência mundial na implementação da estratégia de gestão de categoria em supermercados. Ele propõe um processo em oito etapas que orienta desde a identificação das categorias até a revisão contínua dos resultados.
Entre as principais etapas estão:
- Identificar as categorias com base no comportamento do consumidor;
- Avaliar o papel estratégico de cada uma dentro do mix da loja;
- Monitorar o desempenho de vendas e lucratividade;
- Definir objetivos e indicadores de sucesso (KPIs);
- Desenvolver estratégias e táticas específicas;
- Implementar ações práticas e padronizadas;
- Acompanhar resultados e corrigir desvios;
- Revisar periodicamente todo o processo para aprimoramento contínuo.
Esse modelo traz previsibilidade e permite que o supermercado alinhe suas decisões comerciais a métricas objetivas, reduzindo o improviso e fortalecendo a competitividade.
Alinhamento entre equipe, fornecedores e tecnologiaNenhuma estratégia de gestão de categoria em supermercados é bem-sucedida sem alinhamento entre todos os envolvidos na operação. O processo exige colaboração entre equipe de loja, compradores, fornecedores e gestores de marketing.
A troca de informações é essencial para entender o comportamento do consumidor e planejar promoções, lançamentos e exposições com base em dados reais. Além disso, o uso de tecnologias de gestão — como sistemas de frente de caixa integrados e plataformas de controle de estoque — garante agilidade e precisão nas decisões.
O treinamento da equipe também é determinante. Quando o time entende o papel de cada categoria, as reposições e ações de merchandising tornam-se mais assertivas, melhorando o desempenho geral da loja.
Revisão contínua e foco na experiência do clientePor fim, a estratégia de gestão de categoria em supermercados deve ser encarada como um processo dinâmico. O comportamento do consumidor muda constantemente, assim como o mix de produtos e a sazonalidade do mercado.
Portanto, revisar periodicamente o desempenho das categorias é essencial para manter a competitividade. Essa revisão não se limita aos números — ela também considera aspectos de experiência de compra, percepção de qualidade e conveniência.
Supermercados que dominam essa metodologia transformam a operação em uma plataforma de aprendizado contínuo, ajustando layout, promoções e exposição de produtos conforme as preferências do público. O resultado é uma loja mais eficiente, com maior rentabilidade e clientes mais satisfeitos.
