Por Redação
11 de novembro de 2025Alugar ou comprar para expandir o negócio?!
Decisão entre imóvel próprio ou locado depende do momento financeiro e das metas de crescimento da rede
No setor supermercadista, uma das decisões mais estratégicas e muitas vezes determinantes para o sucesso do negócio está fora das gôndolas: optar pela compra ou pelo aluguel do imóvel. De acordo com Marcelo Mauro, consultor de bens de consumo e varejo, a resposta depende do planejamento financeiro, da estratégia de capital e do horizonte de retorno esperado. “A compra exige um investimento inicial elevado, pois imobiliza parte significativa do capital que poderia ser direcionada à expansão, ao marketing, ao mix de produtos ou ao capital de giro”, explica.
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Apesar do alto desembolso, adquirir um imóvel traz benefícios importantes, como formação patrimonial e possibilidade de valorização do ativo ao longo do tempo. Além disso, reduz custos recorrentes restritos a IPTU, manutenção e eventuais reformas. “O ponto de atenção está no custo de oportunidade: o capital aplicado no imóvel deixa de render financeiramente”, observa Mauro. Ele acrescenta que a compra tende a ser mais vantajosa quando a localização já está consolidada, com fluxo estável de consumidores e baixo risco de obsolescência comercial. “Nessas situações, o investimento em um ativo próprio reforça a presença da marca na região e garante estabilidade de longo prazo, reduzindo a exposição a renegociações contratuais”, pontua.
Já o aluguel oferece vantagens opostas: menor investimento inicial e maior flexibilidade operacional. Essa modalidade permite ao supermercadista ajustar a localização conforme o desempenho da loja e o comportamento do público. “O custo fixo mensal é mais alto e sujeito a reajustes anuais, normalmente atrelados ao IGP-M ou ao IPCA, o que impacta a margem operacional”, explica Mauro. Para equilibrar essa conta, ele destaca uma prática cada vez mais comum: vincular o valor máximo do aluguel a um percentual das vendas. “O proprietário recebe um valor mínimo acordado em contrato, mas o teto fica, por exemplo, limitado a 2% do faturamento da loja. Assim, o custo se ajusta proporcionalmente ao crescimento do negócio”, detalha.
De forma geral, a compra favorece redes com capital excedente e visão patrimonial de longo prazo, enquanto o aluguel é mais indicado em fases de expansão, quando a liquidez e a agilidade estratégica pesam mais do que a valorização imobiliária. Para Mauro, o equilíbrio entre patrimônio e flexibilidade pode ser alcançado com estruturas híbridas, em que parte das lojas opera em imóveis próprios e outra parte em locações estratégicas. “A decisão certa é aquela que acompanha o estágio da empresa e o ritmo do mercado”, conclui.
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