Varejo
Varejo 16 de março de 2022

De que forma o autosserviço brasileiro pode se preparar para o metacommerce?

A CEO e head comercial da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi, traz orientações exclusivas para leitores da SuperVarejo

Ainda que falar sobre metaverso seja uma realidade um tanto abstrata para as operações dos supermercados nacionais, as perspectivas para que essa tendência faça parte do dia a dia dos clientes estão cada vez mais próximas de se tornarem realidade.

?O metacommerce começou a ser discutido há muitos anos, quando começamos a falar sobre realidade virtual e aumentada. Mas naquela época as coisas não se coordenavam. Existia o hardware, que são os óculos, mas ele era desconectado dos sensores. Hoje a tecnologia disponível no metaverso é aberta, existem milhares de desenvolvedores pelo mundo e muitas empresas entrando nessa?, diz a CEO e head comercial da AGR Consultores, Ana Paula Tozzi, em entrevista à SuperVarejo.

Por isso, o desejo de passear pelos corredores de um supermercado e fazer as compras em apenas alguns minutos, sem sair de casa, usando apenas óculos de realidade aumentada e controladores de toque, não está assim tão longe de ser realizado.  

Segundo a especialista, ainda que os dispositivos para acessar o metaverso não sejam muito disseminados no país, tudo indica que devem ser popularizados em breve, já que, lá fora, custam menos do que um iPhone aqui no Brasil.

Se quiser começar a entender a nova realidade na prática, um caminho para o varejista que ainda não conhece o metaverso ou o metacommerce (nome que se dá às vendas nesse novo ambiente) é experimentar alguns dos jogos que mais fazem sucesso com as gerações Alpha e Z, os nativos digitais. ?Os games Fortnite e Roblox já são meio caminho para o metaverso. Lá é possível criar uma área para o seu supermercado atender os clientes, por exemplo?, sugere a executiva.

Organizar workshops de Design Thinking, convidar algumas pessoas de fora da empresa com cabeça de tecnologia, e outras mais jovens, segundo Ana, também é uma forma de fazer brainstorms para trazer ideias e começar a pilotar pequeno no metaverso. 

Ordem na casa

Entretanto, a grande verdade é que muitos supermercados entraram no digital do início da pandemia para cá. Nesse período de dois anos, o relacionamento com o cliente final se transformou drasticamente, e soluções até então pouco utilizadas no setor, como e-grocery, click & collect e delivery, precisaram ser implantadas da noite para o dia. 

Por isso, antes de querer atender milhares de pessoas no metaverso, é preciso se organizar internamente e fazer o básico bem-feito. ?Mas isso tem que acontecer rapidamente; não é para esperar cinco anos?, provoca.

De acordo com a especialista, perguntas inteligentes a se fazer para entender se as operações estão de fato preparadas para entrar no metacommerce são: ?A experiência digital no seu supermercado é boa??; ?Qual o nível da omnicanalidade na rede??; ?Sua logística está pensada com a criatividade para atender nesse mundo digital??; ?Sua jornada com o cliente é bem construída??; ?Você tem um bom CRM??; ?Quanto investe em tecnologia??.

Estar munido de soluções digitais que funcionem de forma fluida já é um bom indicador para entrar de cabeça no metaverso.

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