
Por Redação
20 de maio de 2025Do caixa à biometria: a revolução silenciosa no varejo brasileiro
Do reconhecimento facial às promoções personalizadas, o autoatendimento redefine a experiência de compra com foco em eficiência e fidelização
O varejo tem vivido uma verdadeira revolução impulsionada pela adoção de tecnologias de autoatendimento. A busca por maior eficiência e conveniência no ponto de venda levou à implementação de soluções que vão desde totens interativos até sistemas de pagamento por biometria facial. Pesquisas apontam que muitos brasileiros já desistiram de compras devido a filas ou serviços ruins.
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Ao permitir que o cliente conduza parte ou toda a experiência de compra, o autoatendimento tem se mostrado uma resposta eficiente — embora, por ora, mais aplicável a compras rápidas e de menor volume. Para Rogério Alegrucci, CEO da Arius Sistemas, as soluções de autoatendimento devem permitir uma conexão direta com o histórico de compras do cliente. “Elas devem estar integradas ao programa de fidelidade, reconhecer o cliente, oferecer promoções personalizadas, e sugerir combinações com base nas preferências dele. O uso da inteligência artificial vem se propagando com rapidez nas soluções de CRM tornando a experiência de compra muito mais relevante e fazendo com que o consumidor sinta que aquela jornada foi feita sob medida pra ele”, recomenda.
Apesar dos avanços, alguns gargalos permanecem. Em compras maiores, que ainda dependem do caixa tradicional, o tempo de registro das mercadorias continua sendo um entrave. A leitura manual de códigos de barras limita a velocidade do processo, e alternativas como etiquetas RFID, que poderiam automatizar essa etapa, enfrentam barreiras de custo e viabilidade, especialmente no varejo alimentício. Soluções como esteiras digitais já foram testadas para agilizar o registro, mas acabaram apenas transferindo o problema para o empacotamento. Com isso, a maior evolução tem ocorrido na etapa de pagamento, com carteiras digitais, NFC e autenticação biométrica, encurtando o tempo necessário para finalizar a compra.
Outro aspecto fundamental dessa revolução é a personalização da experiência conforme o perfil do consumidor. Os jovens, mais acostumados com o digital, veem o autoatendimento como um padrão desejável, desde que seja rápido, intuitivo e até mesmo lúdico. Já o público mais velho, que representa cerca de 11% dos usuários dessas soluções, demanda interfaces mais acessíveis — com elementos visuais maiores, comandos claros e, idealmente, suporte por voz. Essa segmentação tem levado empresas a repensar seus terminais e aplicativos, buscando um design centrado no usuário que favoreça a inclusão de todos os perfis.