
Por Redação
27 de junho de 2025Supermercados e o home office: onde ele é possível?
Apesar das limitações operacionais, o trabalho híbrido é aplicável a funções administrativas desde que haja planejamento, apoio tecnológico e adaptação cultural
A discussão sobre a viabilidade dos modelos de trabalho híbrido e remoto no setor supermercadista tem ganhado relevância nos últimos anos, especialmente após a aceleração da digitalização promovida pela pandemia. Embora a natureza operacional da maioria das funções do varejo exija presença física, como reposição de mercadorias e atendimento ao cliente, há espaço para refletir sobre a aplicabilidade desses modelos em áreas específicas dentro do setor. A principal questão é identificar quais cargos realmente permitem uma transição parcial ou total para o home office, sem comprometer a eficiência e a operação das lojas.
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“A transição para um modelo híbrido ou remoto requer uma mudança cultural.”, é o que acredita Wanderley Cintra Jr., psicólogo especializado em comportamento no ambiente de trabalho. Para ele, é essencial que os gestores estejam abertos ao uso de tecnologias de monitoramento e comunicação. “Além disso, é necessário promover treinamentos para gestores e equipes sobre novas práticas de liderança e comunicação virtual pode ajudar a mitigar resistências e garantir uma transição mais suave”, reforça.
Cargos administrativos e de suporte que não exigem presença física constante no estabelecimento podem adotar o trabalho remoto com bons resultados. Isso inclui profissionais das áreas de marketing, recursos humanos, financeiro e até algumas funções de vendas que podem ser realizadas por meio de plataformas digitais. Esses colaboradores lidam, majoritariamente, com tarefas que envolvem planejamento, comunicação e análise de dados — atividades que não dependem da estrutura física da loja e podem ser executadas com a ajuda de ferramentas digitais.
A adoção de uma rotina híbrida nesses cargos pode trazer diversos benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Entre os principais atrativos estão a flexibilidade e a melhoria na qualidade de vida dos colaboradores, que passam a ter maior autonomia na gestão do tempo. A redução do tempo gasto com deslocamentos diários, aliada à possibilidade de equilibrar melhor as demandas pessoais e profissionais, contribui para o aumento da motivação e da produtividade. Para as empresas, essa flexibilidade pode resultar em maior retenção de talentos e redução de custos operacionais.
No entanto, é importante destacar que a implementação de modelos híbridos ou remotos exige planejamento estratégico e investimento em infraestrutura tecnológica adequada. Além disso, deve-se considerar a cultura organizacional e a capacidade de liderança à distância, garantindo que a comunicação e os resultados não sejam prejudicados. Assim, embora o trabalho remoto completo não seja viável para a maioria dos cargos no setor supermercadista, há sim espaço para sua aplicação parcial, especialmente em funções administrativas, desde que alinhado com os objetivos e realidades de cada empresa.