
Por Redação
11 de julho de 2025O novo padrão do transporte no varejo
Companhias apostam em eficiência energética e inteligência artificial para tornar a operação mais econômica e menos poluente
A busca por eficiência logística no setor supermercadista não é apenas uma questão de custo, mas uma exigência ambiental. Em um cenário cada vez mais orientado por práticas sustentáveis, transportadoras e varejistas precisam alinhar produtividade à responsabilidade climática. “Reduzir as emissões de CO₂ é uma necessidade que vai além do meio ambiente. É uma oportunidade concreta de redução de custos e ganho de competitividade”, afirma João Henrique Salvadori de Vincenzo Júnior, CEO da Rodosolar, empresa de energia solar para caminhões.
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Para isso, é fundamental investir em tecnologias e práticas de transporte inteligente. A substituição de veículos antigos por modelos mais eficientes, o uso de defletores aerodinâmicos que reduzem o consumo de diesel em até 10% e a manutenção preventiva de pneus e baterias estão entre as ações com retorno comprovado. Além disso, sistemas de telemetria ajudam a corrigir hábitos de direção e evitar falhas técnicas que elevam o consumo de combustível. Vincenzo Júnior destaca ainda o uso de energia solar para alimentar baterias sem necessidade de manter o motor ligado durante paradas, uma solução simples e eficaz.
Uma das estratégias mais poderosas para reduzir emissões e custos é a roteirização inteligente, feita com o apoio de algoritmos e inteligência artificial. Esses sistemas são capazes de considerar variáveis como trânsito, peso da carga, restrições de rodagem e prioridades de entrega. “A combinação dessas variáveis permite a construção de rotas mais eficientes, com maior índice de sucesso nas entregas e uma expressiva economia de combustível”, explica o executivo. Vale lembrar que um único litro de diesel emite, em média, 2,4 kg de CO₂ e um caminhão percorre apenas 2 km com esse litro. Diante disso, cada quilômetro economizado representa um ganho significativo para o meio ambiente e para o caixa da operação.
No varejo alimentar, onde o giro de produtos é intenso e a entrega precisa ser precisa, o impacto das decisões logísticas é ainda maior. Supermercados que integram ações sustentáveis ao transporte garantem não apenas um diferencial competitivo diante de clientes mais conscientes, mas também atendem a uma demanda crescente de embarcadores que exigem compromisso ambiental de seus fornecedores. O compartilhamento de cargas entre empresas, por exemplo, tem se mostrado uma alternativa eficaz para otimizar a ocupação dos veículos e reduzir o número de viagens.
Segundo Vincenzo Júnior, empresas que ignoram esse movimento correm o risco de perder espaço. “As ferramentas estão disponíveis e os resultados são mensuráveis. O futuro da logística não é só mais rápido ou mais barato: é mais verde”, reflete.