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Economia
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Por Redação
30 de dezembro de 2025

Vendas nominais no varejo devem subir até fevereiro de 2026, aponta IDV

Índice Antecedente de Vendas aponta crescimento para os próximos meses que varia de 1,6% a 2,8%; em novembro, houve alta de 2,7%

Os dados mais recentes do IAV-IDV (Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo), em valores nominais, indicam um cenário de crescimento moderado para o comércio nos próximos meses. O indicador projeta alta de 1,6% nas vendas em dezembro deste ano, seguida por avanços de 2,8% em janeiro e 2,2% em fevereiro de 2026, sempre na comparação com os mesmos períodos do ano anterior. Em novembro, o índice já havia registrado crescimento de 2,7%.

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Quando ajustados pela inflação oficial (IPCA), no entanto, os números revelam um quadro mais desafiador. As projeções apontam retração real de 2,7% em dezembro, além de quedas de 1,8% em janeiro e 1,6% em fevereiro de 2026. Em novembro, o recuo foi de 1,8% em relação ao mesmo mês de 2024, evidenciando a pressão inflacionária sobre o consumo.

Segundo Jorge Gonçalves Filho, presidente do IDV, o desempenho positivo de novembro foi influenciado principalmente pela melhora da intenção de consumo das famílias, que avançou 0,5% após três meses consecutivos de queda. “O resultado foi incentivado pela proximidade do fim do ano e pelo desempenho da Black Friday, que registrou crescimento de dois dígitos em relação ao mesmo período de 2024”, afirma.

Para os próximos meses, o cenário exige cautela. A expectativa é que o IPCA encerre 2025 com alta de 4,36%. Embora o índice permaneça abaixo do teto da meta, segue acima do centro de 3,0% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que pode continuar pressionando o orçamento das famílias e limitar o poder de compra.

Além disso, a política monetária permanece restritiva, com a taxa Selic em 15% ao ano. Para Gonçalves Filho, o patamar elevado dos juros representa um risco adicional ao setor. “Por mais que existam explicações técnicas para esse nível da Selic, que leva os juros reais a cerca de 10%, há o risco de uma retração mais profunda no varejo, especialmente entre médios e pequenos negócios”, analisa. Segundo ele, o custo elevado do crédito encarece financiamentos para famílias e empresas, dificultando tanto o consumo quanto os investimentos privados.

Nesse contexto, a combinação entre inflação ainda resistente, desaceleração da atividade econômica e juros elevados tende a impactar o ritmo das vendas nos próximos meses, à medida que a capacidade de consumo das famílias se torna mais restrita.

O IAV-IDV é elaborado a partir das expectativas de faturamento informadas mensalmente pelos associados do instituto para os três meses seguintes. O conjunto de empresas que compõe o índice representa cerca de 20% do volume total de vendas do varejo brasileiro e reúne companhias de diferentes segmentos do setor.

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