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Economia
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Por Redação
14 de novembro de 2025

Consumo no varejo alimentar desacelera em outubro influenciado pelo clima e mudança de hábitos

Vendas caíram 3,6%, pressionadas por temperaturas mais baixas, preços 5% mais altos e menor fluxo nas lojas

Em um ano de temperaturas mais amenas em relação ao anterior, marcado pela pressão inflacionária, juros ainda elevados e crédito restrito, o consumidor do varejo alimentar adota uma postura mais cautelosa: ajusta volumes, busca promoções e prioriza itens essenciais na cesta de compras.

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Segundo dados do radar Scanntech, em outubro, as vendas caíram -3,6%, puxadas por uma alta de 5% nos preços. O movimento foi impulsionado principalmente pela redução de -2,6% no fluxo de consumidores nas lojas em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Dois segmentos responderam por 90% da retração no volume de unidades vendidas: os itens relacionados ao calor, principalmente bebidas (55%), e os produtos de indulgência (20%), como chocolates, biscoitos, balas e snacks.

Com temperaturas 0,4°C abaixo das registradas no mesmo período de 2024, as categorias de cerveja e refrigerantes, que representam 76% do volume total de bebidas, tiveram forte retração, de -16,3% e -4,3%, respectivamente. Paralelamente, o aumento nos casos de intoxicação por metanol, especialmente na região metropolitana de São Paulo, derrubou as vendas de destilados em até 40% na última semana de outubro. Em nível nacional, o impacto foi menos severo, mas ainda relevante, com retração média de 26% no consumo destes destilados.

Ao contrário das bebidas, nota-se o fortalecimento de categorias associadas à saudabilidade. Vale ressaltar que nas categorias indulgentes crescem itens mais premium, indicando uma mentalidade de menos quantidade e melhor qualidade.

Ao analisar cada item separadamente, o chocolate apresentou a maior queda, com -10,6% nas vendas, seguido por biscoitos -6,4%, balas e pirulitos -4,1%, enquanto petiscos e snacks registraram o menor recuo, de -2,2%. Em termos de preço, o chocolate também liderou o aumento, ficando 18,6% mais caro no período.

“Neste ano, temos observado no varejo alimentar como a dinâmica do comportamento do consumidor pode impactar diretamente a performance do setor. Esse cenário exige que os varejistas estejam cada vez mais preparados e atentos para adaptarem suas estratégias e mix aos novos estilos de vida e às demandas do shopper moderno. Um exemplo claro dessa transformação é a relação entre produtos funcionais e indulgentes. O consumo de itens com benefícios, funcionais, como os proteicos, vem crescendo, mas ainda mantém forte conexão com os sabores de indulgência, como doce de leite e chocolate, mostrando que o consumidor busca sabores prazerosos que também tragam benefícios à rotina”, comenta Felipe Passarelli, head de Inteligência de mercados da Scanntech.

Na análise por região, todas registraram queda em unidades, embora com intensidades distintas. Norte e Sul apresentaram os recuos mais expressivos, de -6,4% e -4,3%, respectivamente

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