Por Natália Mauad
12 de novembro de 2025Experiência que transforma: o valor das contratações 50+ no varejo
Confira o artigo exclusivo de Natália Mauad, executiva sênior de Recursos Humanos, para a SuperVarejo
Falar sobre inclusão etária é, antes de tudo, falar sobre respeito à história. Num mundo que muda o tempo todo, é comum associar inovação apenas à juventude. Mas, no dia a dia do varejo, boa parte daqueles que sustentam as transformações são justamente as pessoas que já viveram muitas delas.
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A experiência é uma forma de inovação.
E contratar profissionais 50+ é uma escolha que vai além do social, é uma decisão inteligente de negócio.
Quando o olhar muda, tudo muda.
O preconceito etário ainda é uma das barreiras mais silenciosas do mercado.
Quantos talentos maduros deixamos de enxergar porque estávamos procurando “o perfil ideal”?
Mas basta ouvir suas histórias para perceber: quem tem 50, 60 anos ou mais não perdeu ritmo, e sim, ganhou perspectiva.
Essas pessoas carregam senso de responsabilidade, empatia e uma capacidade enorme de ensinar e acolher. Elas equilibram o clima, inspiram os mais jovens e fortalecem o senso de equipe de um jeito genuíno e autêntico.
Diversidade etária é potência. Ter diferentes gerações trabalhando lado a lado transforma o ambiente.
Os mais jovens trazem curiosidade e coragem.
Os mais experientes, sabedoria e calma.
E o encontro dessas forças gera algo que não cabe em planilhas: pertencimento e troca verdadeira.
Incluir profissionais 50+ não é apenas sobre oportunidades — é sobre reconhecer o valor da experiência. É entender que aprender e ensinar são movimentos que acontecem ao mesmo tempo.
Contratar é abrir caminhos e incluir profissionais maduros é ampliar o conceito de empregabilidade.
É dizer, na prática, que a carreira não tem data de validade.
É reconhecer que continuar contribuindo, criando e aprendendo aos 50, 60 ou 70 anos é um direito — e um ativo estratégico para qualquer organização que queira crescer de forma sustentável.
E mais do que abrir vagas, é preciso preparar as lideranças e as equipes para receber esses talentos.
Inclusão só é real quando o ambiente está pronto para acolher a diversidade e aprender com ela.
Em tempos de IA, a é experiência é o novo diferencial. Envelhecer é acumular potência, somar histórias, não perder espaço.
É sobre continuar curioso, relevante e conectado.
O varejo tem o poder de ser esse grande ponto de encontro entre gerações.
E quando a gente valoriza a diversidade etária, descobre que inclusão é o que mantém o humano no centro e o negócio, em movimento.
Porque, no fim das contas, toda empresa que respeita a experiência de quem já viveu muito constrói um futuro mais inteligente, empático e forte para quem ainda está começando.
