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Por Kátia Bello
1 de dezembro de 2025

Para além dos SKUs: o poder da experiência nos layouts de loja

Confira o novo artigo exclusivo de Kátia Bello, arquiteta e CEO da OpusDesign, para a SuperVarejo

Fazer projetos de lojas me propicia interações humanas incríveis, aprendo muito sobre a mente humana e seus processos decisórios.

Recentemente participei de uma discussão sobre o layout de uma loja que será reformada. O responsável pela obra havia “pedido uma ideia” de layout a um conhecido para fazer a ampliação da área de vendas. Quando ele viu o investimento que seria feito para executar a reforma, percebeu que seria arriscado prosseguir somente baseado naquela ideia. Foi assim que ele buscou orientação especializada e eu entrei na conversa.

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Quando analisei a planta do layout proposto, ficou claro que o bem-estar do cliente não havia sido considerado. Aspectos como a largura adequada dos corredores, o dimensionamento ergonômico dos equipamentos e a distribuição inteligente das categorias, fatores essenciais para um layout de sucesso, estavam ausentes. A premissa daquele desenho de layout estava baseada exclusivamente na quantidade máxima de SKUs por metro quadrado, apertando tudo ao extremo para caber o máximo possível de produtos.

Embora colocar o máximo possível de produtos no espaço seja muito importante para algumas operações, este não pode ser o único critério. Estudos de neuroarquitetura mostram que ambientes muito densos, com excesso de estímulos visuais e sensação de compressão espacial, ativam respostas de estresse no cérebro, reduzindo o tempo de permanência na loja. Além disso, o layout analisado se assemelhava ao layout de um depósito com seus “corredores infinitos”, exatamente o oposto do posicionamento de supermercado gourmet que se desejava, no qual conforto espacial, clareza perceptiva e estímulos sensoriais favoreceriam a exploração e a compra.

Quando você está decidindo o layout da sua loja, você pensa em como se sentiria ao circular por ela? Esse exercício pode te trazer vários insights para gerar experiências positivas. As experiências positivas surgem quando o ambiente é agradável (de preferência memorável), o layout favorece o deslocamento, tem fácil acesso, ótima navegação e possui estímulos alinhados com o conceito da marca. Portanto, o ponto de partida é sempre o cliente: quem ele é, como se comporta e qual experiência queremos proporcionar.

A partir daí entra a técnica, o layout estratégico, distribuindo seções de forma a guiar o fluxo, criar sinergia entre categorias, estimular decisões de compra e equilibrar quantidade de SKUs por metro quadrado. Quando esses elementos são combinados, os resultados são superiores porque o cérebro humano responde melhor a ambientes previsíveis, organizados e significativos.

Assim, a principal dica para construir layouts realmente rentáveis é: primeiro pense no que você vai oferecer ao cliente por meio do espaço; na sequencia cheque os parâmetros operacionais de performance do layout. Quando priorizamos genuinamente o bem-estar do cliente, ele percebe e escolhe estar ali. Cada vez mais os clientes têm múltiplas opções de escolha e nós queremos sempre ser a primeira!

Pense nisso! @katiabelloopus

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