Por Redação
11 de novembro de 2025Dia do Supermercado: o que esperar do varejo alimentar do futuro?
Em um setor que nasceu da inovação e da conveniência, as lojas caminham para experiências cada vez mais digitais, personalizadas e sustentáveis
O primeiro supermercado brasileiro surgiu em 1953, na Rua da Consolação, em São Paulo. Batizado de Sirva-se, o espaço foi pioneiro ao adotar o sistema de autosserviço, permitindo que o consumidor escolhesse o que levar diretamente das prateleiras — uma mudança radical em relação às antigas mercearias. Desde então, o varejo alimentar nunca mais foi o mesmo.
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Em 12 de novembro, quando se comemora o Dia Nacional do Supermercado, o setor celebra não apenas a própria história, mas também a necessidade de se reinventar diante de novos hábitos de consumo e avanços tecnológicos que definem as lojas do futuro.
“O supermercado do presente ainda é muito parecido com o do passado. Mudaram apenas o modo de pagamento e o aplicativo. Mas o consumidor atual quer personalização, agilidade e sentir que a loja o conhece”, observa Felipe Wasserman, professor de marketing e varejo da ESPM. Para ele, o desafio é transformar o ponto de venda em um ambiente mais conectado, que combine conveniência e experiência digital.
Já Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), destaca que a conveniência e a relação com a comunidade — pilares desde os primeiros supermercados — permanecem centrais. Porém, o futuro exigirá novas camadas de eficiência. “Os supermercados do futuro ampliarão a digitalização, com integração entre canais físicos e online, uso de inteligência artificial e automação de processos. A sustentabilidade também ganhará força, com redução de desperdícios e uso mais racional de energia”, afirma ele, que também foi idealizador do MBA Varejo da FIA Business School.
Já Ulysses Reis, professor da FGV e gerente de varejo da Strong Business School (SBS), aponta que o avanço tecnológico trará modelos cada vez mais híbridos e inteligentes. “O futuro do varejo é o modelo phygital, que une o ambiente físico e o digital em uma jornada integrada. Além disso, o omnichannel, que conecta todos os canais de compra e atendimento, será cada vez mais essencial para reduzir custos e melhorar a experiência do cliente”, analisa. Ele também aposta no crescimento de lojas autônomas e de mini mercados de vizinhança e no uso intensivo de IA para prever estoques e personalizar ofertas.
Dessas visões, emergem cinco grandes características das lojas do futuro:
- Personalização extrema, com ofertas e experiências adaptadas a cada perfil;
- Digitalização e automação em toda a jornada de compra;
- Integração total de canais (phygital e omnichannel);
- Sustentabilidade como diretriz operacional e reputacional.
- Proximidade e conveniência, mantidas em formatos menores e autônomos.
