Quais fatos econômicos afetaram o Brasil e o mundo em 2025?

O ano de 2025 foi marcado por uma combinação de fatores que afetaram diretamente o desempenho das economias globais e colocaram o varejo brasileiro em estado de alerta. Tensões comerciais, juros elevados e mudanças regulatórias alteraram o ritmo do consumo e os níveis de confiança de empresas e famílias.

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No Brasil, o cenário foi de cautela. Apesar de oportunidades pontuais criadas pelo redirecionamento de exportações e avanços estruturais na área tributária, o elevado endividamento das famílias e o custo do crédito limitaram o potencial de crescimento das vendas no varejo. Os movimentos foram mapeados por economistas, que elencaram os principais fatos que impactaram a economia brasileira e global ao longo do ano.

Tarifaço do governo Trump

Um dos fatos econômicos mais relevantes de 2025 foi o tarifaço do governo Trump, que impactou diversos setores produtivos. Embora pontual, a medida gerou apreensão entre empresas e lideranças empresariais, ampliando a sensação de incerteza no ambiente de negócios.

No primeiro momento, o tarifaço beneficiou pontualmente o varejo brasileiro, ao aumentar a oferta de produtos que antes eram exportados, como carnes e frutas. No entanto, o aumento de oferta não foi acompanhado por um crescimento equivalente da demanda. Com famílias ainda altamente endividadas, o potencial de consumo não se materializou.

Ao longo do ano, o Brasil conseguiu redirecionar parte das exportações para outros mercados, especialmente China e países da Ásia, reduzindo os impactos negativos.

A intensificação das tensões geopolíticas e das barreiras comerciais levou ao redesenho das cadeias globais de produção e à competitividade internacional. Esse novo ambiente geoeconômico reforçou a importância da diversificação de mercados, logística resiliente e inovação tecnológica.

Aumento da faixa de isenção do IRPF e expectativas para 2026

Outro movimento relevante de 2025 foi a promulgação do aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). Embora o impacto real deva ser mais perceptível a partir de 2026, a medida cria expectativas de aumento da renda disponível e de maior potencial de consumo, após a estabilização do endividamento das famílias.

Nova Reforma Tributária

Aprovada no início do ano, a nova Reforma Tributária passou a produzir efeitos estruturais sobre a eficiência, a transparência e a previsibilidade dos negócios. A transição para o modelo dual de CBS e IBS, inspirado em sistemas de IVA internacionais, representa o maior rearranjo tributário no país em décadas.

Apesar de exigir forte adaptação operacional no curto prazo, o novo sistema tende a melhorar a qualidade das informações fiscais, reduzir distorções competitivas e ampliar a capacidade de planejamento das empresas. Para o Brasil, esse movimento aproxima o país de padrões globais e cria condições mais favoráveis para produtividade, investimentos e inserção internacional.

Aumento acentuado das taxas de juros no Brasil

O Banco Central elevou a taxa Selic para 15%, o maior nível desde 2006, com o objetivo de conter a inflação. A política monetária mais restritiva encareceu o crédito, reduziu o apetite por consumo e pressionou o caixa de empresas e famílias.

Como consequência, a inadimplência atingiu patamares recordes, alcançando 49,22% da população. Outro reflexo foi o aumento sucessivo dos pedidos de recuperação judicial, especialmente entre empresas ligadas ao agronegócio.

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Pressões inflacionárias globais e impacto nas cadeias de suprimentos

As tensões geopolíticas e disputas comerciais entre grandes potências afetaram o comércio global em 2025, provocando volatilidade nos preços de commodities e instabilidade nas cadeias de suprimentos.

No Brasil, o dólar mais valorizado pressionou os preços de alimentos e serviços, reduzindo o poder de compra das famílias e impactando o desempenho de diversos segmentos do varejo.