
Por Redação
25 de junho de 2025Varejo em transformação: redes assumem papel de formadoras de competências para além do trabalho
GPA e Assaí Atacadista se consolidam como verdadeiras escolas de formação humana, promovendo competências que impactam a vida pessoal, social e cidadã de seus colaboradores.
A formação de competências no ambiente de trabalho já não se limita mais ao domínio de ferramentas ou processos e as grandes redes varejistas brasileiras estão ampliando seu olhar sobre o papel que as pessoas exercem na sociedade e investindo na educação integral de seus colaboradores. Muito além do treinamento técnico, essas empresas estão comprometidas com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, cidadania, cultura geral e até mesmo saúde e bem-estar. Uma verdadeira revolução silenciosa, que está transformando o varejo em uma potente plataforma de formação humana.
LEIA TAMBÉM
A nova era dos profissionais de supermercado
Do chão da loja à liderança: como programas internos estão revelando talentos ocultos no varejo
De acordo com Camila Zanchim, gerente geral de RH no GPA, a empresa que opera marcas como Pão de Açúcar e Extra, vê no seu ecossistema corporativo uma oportunidade para promover a empatia, a cidadania e o respeito à diversidade, atuando como agente ativo de transformação social. “Por estar presente nas principais regiões do país e contar com uma base operacional ampla e diversa, enxergamos o ambiente de trabalho como uma poderosa plataforma de formação humana. Acreditamos que o varejo tem o potencial e a responsabilidade de desenvolver competências que impactam diretamente o convívio em sociedade”, afirma.
Impacto formativo em colaboradores
A proposta do GPA se concretiza por meio da Universidade do Varejo GPA, que oferece trilhas sobre escuta ativa, inteligência emocional, comunicação não violenta, pensamento crítico, entre outros temas. Além disso, Camila destaca que os colaboradores têm acesso a canais dedicados à sustentabilidade, diversidade e bem-estar. “O GPA promoveu uma ação de voluntariado com estagiários no Grupo Vida, um lar de idosos. Foi uma experiência muito rica para combater o etarismo, além de promover mentoria reversa”, compartilha Camila.
Segundo a gerente geral de RH do GPA, o impacto formativo dessas iniciativas e os seus resultados não ficam restritos ao universo profissional. “As ações formativas têm reflexos na vida pessoal dos colaboradores, que adquirem empatia, respeito e consciência social, levando esse aprendizado para suas relações familiares e comunitárias”, aponta Camila Zanchin.
Além da formação técnica
No Assaí Atacadista, a perspectiva é semelhante e Vanessa Silva, gerente de recursos Humanos da empresa, ressalta que a rede entende seu papel e vai muito além da formação técnica. “Acreditamos na responsabilidade de contribuir para o desenvolvimento integral das pessoas com a força do varejo como um campo de entrada e, ao mesmo tempo, de evolução. O varejo, por sua natureza dinâmica, é um ambiente poderoso de aprendizado. Queremos que essa entrada represente uma oportunidade real de crescimento pessoal, social e profissional”, avalia a executiva.
Um dos caminhos para a rede alcançar esse objetivo está na Universidade Assaí, plataforma que oferece trilhas de desenvolvimento com foco em inteligência emocional, liderança empática, comunicação não violenta, história, atualidades e temas sociais. Programas como Crescer, Acelerar e Dono do Negócio percorrem toda a jornada do colaborador, desde a chefia até a formação de futuros vice-presidentes. Já a Academia de Executivos é outro destaque na formação de lideranças conscientes e preparadas para atuar em contextos diversos dentro do setor.
Os reflexos dessas ações também são visíveis fora da rede Assaí. “Recebemos relatos de colaboradores que melhoraram suas relações familiares, organizaram melhor sua rotina e passaram a apoiar pessoas próximas com o conhecimento adquirido. O programa de trainee é um caso emblemático de transformação: desde sua criação, mais de 700 profissionais foram formados e mais de 100 deles ocupam hoje posições estratégicas como gerentes de loja e regionais”, conta Vanessa.
Fomentar interesse pelo autodesenvolvimento
De acordo com a gerente de recursos humanos do Assaí Atacadista, a avaliação do sucesso dessas ações não se limita a indicadores de desempenho, mas também a engajamento, a aplicabilidade dos conteúdos e o impacto percebido pelos próprios colaboradores. “Somente em 2024, foram mais de 8 mil promoções. Isso mostra a potência da formação continuada. É necessário avançar no uso de tecnologias educacionais, fortalecer vínculos com instituições de ensino e fomentar o interesse genuíno pelo autodesenvolvimento”, avalia Vanessa Silva.
Esse olhar ampliado sobre a educação no ambiente de trabalho encontra no Sesc um aliado histórico. De acordo com a instituição, são realizadas ações que cruzam as fronteiras do emprego e atingem a vida em comunidade com foco na formação de cidadãos plenos e ativos. Entre os principais projetos, o Sesc Mesa Brasil combate a fome e o desperdício com o apoio de redes de varejo e distribuição, enquanto promove educação para a sustentabilidade. Já o Sesc EAD EJA oferece formação gratuita no Ensino Médio, aliada à qualificação profissional em produção cultural, para jovens e adultos que não concluíram seus estudos. Outra ação de destaque do Sesc é Trabalho Social com Pessoas Idosas, que promove o envelhecimento ativo e a autonomia com ações educativas, culminando na criação da Universidade 50+.
A convergência dessas ações que unem GPA, Assaí e Sesc revela uma tendência cada vez mais consolidada no Brasil: o varejo está se tornando um campo fértil para o florescimento humano. Com capilaridade nacional, inserção nas comunidades e acesso direto a milhares de pessoas, essas redes estão investindo na formação integral como parte de sua estratégia de negócio e de responsabilidade social. Segundo Camila Zanchim, para que esse papel seja efetivamente reconhecido e ampliado, é necessário fortalecer uma cultura de aprendizagem contínua dentro das organizações e incorporar o desenvolvimento humano como parte da estratégia de negócio.