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Mercado 21 de novembro de 2023

Supermercados paulistas têm deflação de 0,91% no acumulado do ano

Em outubro, a inflação foi de 0,46% puxada por produtos in natura, semielaborados, bebidas e produtos de higiene e beleza

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) em parceria com a Fipe, registrou inflação de 0,46% em outubro, motivado pelo aumento de preços de quase todas as categorias de produtos, com exceção dos produtos industrializados e de limpeza. As categorias que registraram alta no mês foram: produtos in natura (2,94%), semielaborados (1,06%), bebidas (0,88%) e produtos de higiene e beleza (0,10%). Em sentido oposto, as categorias de produtos de limpeza (-0,60%) de alimentos industrializados (-0,26%) apresentaram queda no mês.

O resultado do IPS de outubro apresentou significativa desaceleração no comparativo com o mesmo período de 2022, passando de 0,80%, em outubro de 2022, para 0,46%, em 2023. Com esse resultado, o IPS acumula deflação de 0,91% no ano e inflação de apenas 0,38% em 12 meses.

O comparativo da inflação acumulada em 12 meses evidencia com maior ênfase a distinção entre os anos de 2022 e 2023. Em outubro de 2022, a inflação acumulada em 12 meses era de 16,46%, já no mesmo mês de 2023, o resultado, como indicado, está abaixo de 0,4%.

“Para este ano, a APAS projeta que a inflação da cesta de consumo das famílias nos supermercados paulistas, apesar da volatilidade no cenário externo, deverá encerrar como a menor desde 2017, em 0,75%. Essa expectativa está apoiada, sobretudo, na deflação acumulada até o último mês e a tendência de baixa ou de alta moderada de importantes itens da cesta de consumo”, afirma o economista Felipe Queiroz, do Departamento de Economia e Pesquisa da APAS.

A categoria produtos semielaborados, após quatro meses seguidos de queda, registrou alta de 1,06% em outubro, decorrente da alta dos preços da carne bovina (3,12%), das aves (4,16%), dos cereais (1,21%) e pescados (0,35%). Em sentido oposto, o leite e a carne suína registraram queda nos preços ao consumidor final, com variação de -3,74% e -1,31%, respectivamente. Com o resultado de outubro, a categoria de produtos acumula deflação de 7,71% no ano. Nos últimos 12 meses, a queda é ainda maior: 8,82%.

O preço do leite ao consumidor final paulista mantém pelo quinto mês consecutivo queda no preço ao consumidor final. Com o resultado de outubro (-3,74%), o preço do leite acumula deflação de 5,33% e 15,74%, no ano e em 12 meses, respectivamente. A manutenção da queda do preço do leite tem produzido efeito em cadeia, com queda nos preços dos produtos industrializados derivados de leite.

A subcategoria de cereais, após quatro meses seguidos de queda, voltou a inflacionar em outubro (1,21%), impulsionado pela alta nos preços do arroz (3,33%) e do milho (0,84%). Em sentido oposto, o feijão deflacionou 2,83% no período. Com o resultado de outubro, a subcategoria acumula inflação de 0,35% no ano e alta de 5,59% em 12 meses.

A categoria de produtos industrializados apresentou deflação de 0,26% em outubro. Com esse resultado, a inflação da categoria desacelerou para 0,69% no acumulado do ano e 1,75% em 12 meses. O resultado do mês é fruto da redução de preços das seguintes subcategorias: derivados de leite (-1,79%), derivados de carne (-1,29%), panificados (-0,77%) e enlatados e conservas (-0,43%).

Em sentido oposto, apresentaram alta nos preços as seguintes subcategorias: adoçantes (3,04%), café, achocolatados em pó e chás (0,97%), óleos (0,70%), doces (0,49%), alimentos prontos (0,41%) e massas, farinhas e féculas (0,23%),

As subcategorias de biscoitos e salgadinhos e condimento e sopas ficaram relativamente estáveis no mês.

Os produtos in natura inflacionaram 2,94% em outubro, decorrente da alta no preço dos tubérculos (11,29%) e das frutas (2,94%). Em contrapartida, as verduras, os legumes e os ovos apresentaram redução nos preços em outubro, com variação de -2,89%, -2,97%, -0,60, respectivamente.

Dentro da subcategoria de frutas, as principais variações no mês foram: fruta de época (12,45%), mamão (8,71%) e maracujá (7,12%) para alta; e melão (-10,15%) e abacaxi (-3,55%) para queda. Dentro da subcategoria de legumes, as maiores quedas foram dos seguintes produtos: beterraba (-11,93%), cenoura (-7,15%) e tomate (-5,23%)

Já entre os tubérculos, a batata, após forte queda no ano, aumentou 23,19% em outubro. O mesmo aconteceu com a cebola, que variou 8,20%. Apesar da forte alta dos dois itens, no acumulado do ano cebola e batata acumulam queda de 53,8% e 27,3%, respectivamente.

A subcategoria de bebidas inflacionou 0,88% em outubro. Entre as bebidas não alcoólicas, a alta no preço dos refrigerantes (0,78%), puxou o indicador de toda a subcategoria para cima (0,73%). Já entre as bebidas alcoólicas quase todos os itens inflacionaram no mês: cerveja (1,25%), aguardente (2,30%), champanhe (1,45%) e vodca (1,29%). Dentro da subcategoria, apenas o vinho apresentou queda dos preços em outubro, com leve variação de -0,5%.

A categoria de produtos de limpeza apresentou deflação de -0,60% em outubro, puxado pela queda nos preços dos diferentes tipos de sabão (em pó, líquido, em barra) e detergentes.

Já a categoria de artigos de higiene e beleza apresentou leve alta no mês (0,10%). A alta no mês não diverge do cenário apresentado em notas técnicas anteriores. As duas categorias (limpeza e artigos de higiene e beleza) desde o último quadrimestre de 2022 já vinham desacelerando consistentemente e, desde agosto, passaram a apresentar deflação.

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