Marketing
Marketing 1 de março de 2024

Lançamento de produtos em parceria com influenciadores: vale a pena para a indústria?

Segundo especialistas, marcas têm menor controle e precisam estar prontas para absorver momentos de crise

Os influenciadores estão cada vez mais inseridos no contexto de estratégias de marketing, principalmente em lançamentos de produtos da indústria varejista. Um estudo feito em 2023 pela BR Media Group, empresa de marketing de influe?ncia, em parceria com a Human Data, revela que a publicidade que envolve influenciadores têm 208% mais engajamento do que a mídia paga. Para o vice-presidente comercial da BR Media Group, Thiago Bispo, o influenciador ajuda na construção de imagem de produtos ou marcas.

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Segundo Thiago, as ações de marcas que se associam com influenciadores alcançaram três vezes mais comentários positivos nas redes sociais durante a Black Friday do ano passado. “O influencer empresta sua reputação e credibilidade, carimba seu selo de aprovação e isso ajuda a reverberar. Como consequência, essa estratégia tem grande potencial para potencializar também lançamentos de produtos" diz o VP da BR Media Group.

João Finamor, professor de marketing digital da ESPM, entende que os influenciadores se tornaram uma das engrenagens mais importantes para as marcas, com base em três macro pilares: awareness de marca; chancela; e conexão. “Muita gente trabalha com influenciadores com o objetivo de conversão, mas essa é a consequência justamente desses três pilares”, alerta.

Gestão de crise e branding

De acordo com o professor da ESPM, o influenciador é, antes de qualquer coisa, uma pessoa com passado, presente e futuro. Por isso, é importante que as marcas entendam que existem riscos nessa relação e que estejam preparadas para lidar com crises. “Por mais que o influenciador tenha alinhamento com o propósito da marca, ele está sujeito a erros que, naturalmente, podem respingar na marca. Isso é comum porque não temos 100% do controle”, afirma.

Para José Maurício Conrado, professor do Centro de Comunicação e Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de não controlar o que o influenciador fala, o mesmo se aplica ao seu comportamento no dia a dia. “Se o influenciador ficar bastante associado à marca, fica mais difícil desvincular em um momento conturbado. Mas, existem muitas formas de fazer gestão de crise. A escolha correta do influenciador tem que estar alinhada com a identidade da marca e avaliar se a identidade do influenciador tem conexão. É uma questão de branding”, ensina Conrado.

O bom planejamento de gestão de crises é, segundo Finamor, aquele que trabalha com diferentes cenários e, quando acontece, as empresas sabem como conduzir o problema. “Não cabe mais às empresas se fazerem de ‘isentas’ e tratar crises como caso isolado, pontual, ou dizer que não tem nada com isso. É necessário criar ações pró-ativas relacionadas ao tema”, aponta o professor de marketing digital da ESPM.

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