
Por Redação
9 de abril de 2025Valor da cesta básica registrou aumento em 14 capitais em março
Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre apresentaram a maior alta, de 3,6%; 3% e 2,8%, respectivamente
O valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 14 das 17 capitais onde o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre fevereiro e março de 2025, as elevações mais importantes ocorreram nas capitais do Sul: Curitiba (3,6%), Florianópolis (3%) e Porto Alegre (2,8%). Já as reduções foram observadas no Nordeste: Aracaju (-1,8%), Natal (-1,8%) e João Pessoa (-1,1%).
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São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 880,72), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 835,50), por Florianópolis (R$ 831,92) e Porto Alegre (R$ 791,64). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 569,48), João Pessoa (R$ 626,89), Recife (R$ 627,14) e Salvador (R$ 633,58).
A comparação dos valores da cesta, entre março de 2024 e março de 2025, mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações entre Porto Alegre e Fortaleza, com 1,8% e 9,6%, respectivamente.
Produtos da cesta
Em março de 2025, o preço do café em pó subiu em todas as cidades pesquisadas. Os aumentos variaram entre 3,9%, em São Paulo, e 14,4%, em Belém. Em 12 meses, todas as 17 capitais também apresentaram taxas positivas, com destaque para Goiânia (134,3%), Brasília (125,2%) e Vitória (116,2%). Os baixos estoques mundiais influenciaram a alta do café em pó no varejo.
O preço do tomate aumentou entre fevereiro e março de 2025. As maiores taxas foram verificadas nas capitais do Sul: Florianópolis (61,1%), Curitiba (52,1%) e Porto Alegre (49,6%). As quedas foram registradas em Natal (-19,3%), João Pessoa (-18,6%), Recife (-15,8%) e Aracaju (-12,08%). A menor oferta da safra de verão explica a elevação de preços na maior parte das cidades.
O leite integral subiu em 10 capitas, com variações entre 0,14%, em Salvador, e 9%, em Vitória. O preço ficou estável em Campo Grande e diminuiu em outras seis capitais, com destaque para João Pessoa (-2,2%). A entressafra reduziu a oferta e a demanda seguiu firme, por isso a alta do derivado na maior parte das capitais.
O preço do quilo da carne bovina de primeira baixou em 15 capitais, entre fevereiro e março de 2025. As reduções oscilaram entre -4,1%, em Aracaju, e -0,60%, em São Paulo. As elevações ocorreram em João Pessoa (2%) e Recife (0,12%). A maior oferta interna de carne, apesar da resistência dos produtores em reduzir o preço, resultou em queda de valor na maior parte das capitais brasileiras.
Em março de 2025, o preço do arroz agulhinha diminuiu com variações entre –7,2%, em Fortaleza, e -0,17%, em Porto Alegre. As altas ocorreram em São Paulo (4,6%) e Florianópolis (2,1%). As maiores quedas foram registradas em Goiânia (-10,3%), Porto Alegre (-8,8%) e Recife (-8,5%). Os aumentos acumulados ocorreram em São Paulo (4,1%), Salvador (3,5%) e Campo Grande (2,2%). A queda do preço do arroz importado e a maior oferta reduziram as cotações do grão.
O preço do óleo de soja baixou em 13 capitais. As reduções oscilaram entre -6,1%, em Fortaleza, e -0,25%, em Vitória. A maior alta ocorreu em Campo Grande (1,1%). A perspectiva de uma safra positiva explica a queda de preços do óleo no varejo, apesar da forte demanda pelo produto bruto, tanto para o setor alimentício quanto para a indústria de biocombustíveis.
São Paulo
Entre fevereiro e março de 2025, sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios: tomate (25,9%), açúcar refinado (9,7%), feijão carioquinha (6,2%), arroz branco agulhinha (4,6%), café em pó (3,9%), farinha de trigo (0,44%) e manteiga (0,27%). Outros seis bens apresentaram redução de valor médio: batata (-3%), leite integral (-1,7%), banana (-1,6%), óleo de soja (-1,6%), carne bovina de primeira (-0,60%) e pão francês (-0,05%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em 10 dos 13 produtos da cesta: café em pó (50,7%), óleo de soja (32,3%), carne bovina de primeira (28,1%), açúcar refinado (8,2%), manteiga (6,6%), leite integral (6,5%), pão francês (5,2%), tomate (4,2%), arroz agulhinha (4,1%) e farinha de trigo (1,4%). Houve queda nos acumulados da batata (-30,4%), do feijão carioquinha (-16,8%) e da banana (-7,7%).