
Por Redação
18 de junho de 2025Alimentos e bebidas pressionam inflação de março
Itens básicos tiveram a maior alta com 1,17
A inflação do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,56% em março de 2025, após o forte avanço de 1,31% em fevereiro. Mesmo com a desaceleração do índice geral, o grupo Alimentação e Bebidas teve papel central na alta do mês, registrando elevação de 1,17%, acima do 0,70% observado anteriormente. Sozinho, esse grupo respondeu por 45% do IPCA de março, impactando 0,25 ponto porcentual no índice geral.
Os alimentos voltaram a pesar no bolso do consumidor, especialmente itens essenciais da mesa do brasileiro. As principais altas vieram do tomate (22,5%), ovo de galinha (13%) e café moído (8%), que juntos foram responsáveis por um quarto da inflação do mês.
CaféO café moído foi destaque negativo, já acumula uma alta de 77,7% nos últimos 12 meses. Essa disparada é atribuída à quebra de safra no Vietnã, grande produtor mundial, e a problemas climáticos no Brasil, que reduziram a oferta e elevaram os preços no mercado internacional — cenário que repercute diretamente nas prateleiras do país.
Ovo e tomate: demanda e clima pressionam preçosO ovo de galinha também teve alta significativa, impulsionada pelo aumento no custo do milho, insumo base da ração das aves, e pela maior demanda no período da Quaresma, quando muitas famílias substituem carnes por outras fontes de proteína.
Já o tomate subiu devido à redução de oferta provocada pelo calor intenso no verão. Segundo o IBGE, o clima acelerou a maturação e antecipou a colheita em várias regiões, deixando março com menos produto disponível nos mercados.
Panorama acumuladoCom o resultado de março, a inflação acumulada em 12 meses subiu para 5,4%, acima dos 5,6% registrados em fevereiro. No ano, o IPCA já acumula alta de 2,4%. Em comparação, em março de 2024 a inflação havia sido de apenas 0,16%.
Enquanto outros grupos, como Transportes (0,46%) e Despesas Pessoais (0,70%), também contribuíram para o avanço do IPCA, nenhum teve o mesmo peso da alimentação. Os alimentos continuam sendo o principal fator de pressão sobre o orçamento das famílias, especialmente as de menor renda, que sentem de forma mais intensa o impacto dos produtos da cesta básica.