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Varejo
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Por Redação
4 de julho de 2025

Supermercados Ponto Novo quer dobrar de tamanho nos próximos 5 anos

Companhia varejista conta opera com 5 lojas, que empregam 650 colaboradores, na região de Mogi Guaçu (SP)

Quando aceitou “embarcar” no projeto do pai de abrir um negócio para tocar após a aposentadoria, o plano de Adriano Lima, diretor do Ponto Novo, era ficar apenas alguns anos no mercado e partir para fazer faculdade de Engenharia Mecânica, para a qual havia prestado vestibular e passado. “Meu pai, seu Otávio, fez um convite: ‘olha, não vai ser fácil bancar você fora agora’. A faculdade era pública, mas eu ia ter que me bancar lá. ‘E se a gente embarcasse nesse sonho da família? A gente monta um negócio e, daqui um ou dois anos, eu me aposento, e você vai estudar’. Nessa eu embarquei no sonho do meu pai e estou aqui até hoje”, conta o executivo.

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A primeira loja do Ponto Novo foi instalada em um terreno da família, onde, naquela época, tinha um bar bastante conhecido na cidade de Mogi Guaçu (SP). “Eu, um adolescente prestes a completar 17 anos, achei que ia montar o negócio no dia seguinte. Mas meu pai disse: ‘Não, calma. Deixa o barzinho sair, ficar 6 meses ali fechado e nós vamos abrir um ponto novo’. Foi daí que veio o nome da empresa”, explica orgulhoso da visão de negócio do pai. “Ele não estudou produto, preço, praça e promoção, os 4 Ps, mas pensou: ‘se sai um boteco, que o que mais vende é rabo-de-galo e o ovo cor-de-rosa, e entra um ponto novo, a pessoa vai chegar no balcão e pedir um ovo cor-de-rosa’. Então, ele fez questão de deixar fechado um tempo”, completa.

O ano era 1991. A loja tinha apenas um checkout e 10 cestinhos de compras. Adriano e a mãe, Nazaré, tocavam o negócio, e o pai vinha ajudar depois do expediente na empresa de papel e celulose para a qual trabalhava. Poucos anos depois, quando saiu a aposentadoria de Otávio, ele aplicou toda a verba rescisória para alavancar o Ponto Novo, hoje com 5 lojas, que somam 85 checkouts e empregam 650 colaboradores.

“A empresa tem a expectativa de crescer. Queremos dobrar de tamanho nos próximos 5 anos e estamos nos preparando para isso, com equipe, processos internos e aquisições. É uma empresa que está sempre atenta às oportunidades de mercado. Recentemente, o Ponto Novo adquiriu uma área de 20 mil m2 para a construção de sua maior loja, em Mogi Mirim (SP)”, afirma o executivo, sem dar muitos detalhes do novo empreendimento.

Retenção de talentos

Como acontece com a maioria dos varejistas, um dos grandes desafios do Ponto Novo é a retenção de talentos. “No primeiro trimestre deste ano, atingimos a marca de mais de 50% do time composto por profissionais da geração Millennial. É a galera que não tem muito laço como era antigamente. Troca muito fácil de emprego, troca de curso na faculdade, troca até de time de futebol”, brinca. “A linguagem tem que ser outra, os benefícios muitas vezes têm de ser encarados de uma forma diferente”, complementa.

Segundo o executivo, o que vem funcionando no Supermercados Ponto Novo é a oferta de estágio para os alunos de Ensino Médio e, na outra ponta, as vagas 50+. “O Ponto Novo vem obtendo sucesso atacando essas duas frentes. Eu costumo dizer que o varejo é um ambiente muito interessante para as pessoas que gostam de desenvolver habilidades interpessoais, relacionamento, ser vendedor. Nós estamos conseguindo atrair perfil de pessoas que querem ter contato com público e isso até colabora com nosso atendimento ao cliente”, fala.

Para garantir que os colaboradores se envolvam com a cultura da empresa, o RH tem um plano em 7 etapas para atrair e reter os talentos: atração, recrutamento e seleção, contratação, integração, avaliação, capacitação e retenção. Para ele, a última etapa é essencial. “O grande pulo do gato é a retenção porque, hoje em dia, está difícil atrair talentos. Então, imagina você passar por essas 7 etapas, inclusive capacitando, investindo tempo e esforço para isso e, toda hora, trocar as pessoas”, afirma.

De acordo com Lima, para manter o pessoal é muito importante ter o que alguns chamam de salário emocional, que é oferecer recompensas por fazer parte do time. Como exemplo, ele cita que, todo mês que a loja bate a meta de clientes do programa de fidelidade Clube de Vantagens, é oferecido um café da manhã especial para os colaboradores. Com isso, eles se sentem mais valorizados.

Liderança

Também há uma preocupação com liderança e gestão no Ponto Novo. Segundo o executivo, a empresa busca formar líderes que conduzam os colaboradores para o objetivo da empresa. “Em gestão, a gente gosta muito de citar o (filósofo Mario Sergio) Cortella: fazer o melhor nas condições que ele tem, quando não tem condições de fazer ainda melhor”, diz.

Como exemplo, Lima cita o dia que uma cliente reclamou no SAC que sempre comprava minichurros na loja perto de sua casa e que, quando foi visitar um parente, passou em outra loja para levar o doce e teve uma grande decepção porque o produto estava murcho e parecia amanhecido. Eles foram atrás de saber o que houve e descobriram que, quando a cliente fez a compra, era final de expediente e a funcionária que foi fritar os minichurros não estava acostumada a usar a fritadeira e por isso o produto não ficou no padrão que deveria. A empresa entrou em contato com a consumidora para se desculpar e convidá-la para levar outra bandejinha de minichurros para casa. “A cliente nos escreveu: ‘Parabéns, Ponto Novo. Já era cliente, agora virei fã’. Por isso que eu falo com o nosso time aqui de maneira muito forte: ‘galera, pior que o erro é a reação ao erro’”, afirma.

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