Supermercados do Centro-Oeste: varejo se destaca mesmo sem a popularização do e-commerce e PIX

Ela é a menos populosa das regiões. Isso não é empecilho para que o varejo alimentar local invista no sortimento, enquanto facilidades como o e-commerce e o Pix ainda não se popularizaram. É o que a nova série do portal SuperVarejo descobriu sobre o Centro-oeste em sua pesquisa sobre as diferenças regionais entre os supermercados do Brasil.

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Para Denyson Prado, presidente da Associação Sul-Mato-Grossense de Supermercados (AMAS), não existe um elemento comum que diferencie o varejo alimentar da região centro-Oeste do restante do país. "Por aqui toda loja tem a sua peculiaridade e seu atendimento diferenciado. Isso torna cada loja única no setor", argumenta. No entanto, ele observa que cada região do estado tem um mix diferente. "Um exemplo são as cidades habitadas por muitos gaúchos, onde vende-se muita erva de chimarrão. Isso é uma característica marcante aqui no Mato Grosso do Sul", conta.

Ele diz que as lojas do Mato Grosso do Sul não perdem em nada para as lojas de grandes cidades como São Paulo. "Com a facilidade de se verificar novas tendências e tecnologias, ficou mais fácil e acessível montar layouts nas lojas. Outro ponto são diversos consultores que estão atendendo as lojas aqui no estado, o que ajuda muito nesta parte de layout e gerenciamento de categorias", explica.

Entre os alimentos mais emblemáticos estão os regionais, como farinha de mandioca, erva de tereré, chipa e queijos artesanais.

As compras no formato presencial ainda são o forte em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. "O e-commerce está vindo a passos mais lentos, muitas lojas estão implantando alguns aplicativos e canais de compras como iFood e WhatsApp, isso vem aumentando depois da pandemia", conta Denyson, referindo-se ao Mato Grosso do Sul, lembrando que, entre as formas de pagamento, o PIX vem ganhando força.

Com o grande aumento da concorrência, sendo de atacarejos nacionais e regionais e um forte aumento de supermercados, tanto nas capitais, quanto no interior, o desafio é crescer com margens saudáveis, conseguindo atender a demanda do consumidor com um mix adequado, e principalmente formar uma equipe treinada e qualificada. Vale lembrar que o Mato Grosso do Sul tem no momento, em se tratando de emprego, a quarta menor taxa de desocupação do país.

Produtos para gado nas gôndolas

Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar) e idealizador do MBA Varejo da FIA Business School, a seção de açougue é frequentemente o setor mais impressionante dos supermercados da região Centro-oeste, com cortes bem específicos para churrasco e outras variedades de carne que são difíceis de encontrar em outras regiões. "Também é possível achar produtos no cerrado, bem específicos, e há uma influência da cultura sertaneja. Ela se faz bem presente nos produtos como carne seca, paçoca, etc. Tem grãos também, como soja e milho, que são o reflexo direto da produção local. Como o agronegócio da região é muito forte, os supermercados também contam com espaços para rações e suplementos para gado, algo que não acontece em outras locais do Brasil", descreve.

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Entre as redes de destaque, Felisoni aponta o Comper, que atua no Mato Grosso há mais de 30 anos e conta com lojas nos quatro estados do Centro-oeste. O Comper faz parte do Grupo Pereira e acabou de inaugurar uma nova loja em Cuiabá. Com investimento de R$ 55 milhões, a unidade conta com restaurante e lojas de apoio de diversos segmentos, espaço wine station, entre outros diferenciais. Trata-se de uma loja completa com variedade e novidades em todas as seções.

Outros players que merecem destaque são o Fort Atacadista, que também pertence ao Grupo Pereira; o Bretas, rede renomada em Goiás, e o Mart Minas. Carrefour, Atacadão, Assaí Atacadista e Grupo Mateus também têm presença consolidada na região