
Por Redação
9 de julho de 2025Mercados autônomos: ainda há (muito) o que crescer no Brasil
A busca por conveniência tem ultrapassado os muros dos condomínios e se expandindo para outros ambientes e experiências
Na pandemia de Covid-19, uma das transformações que mais impactaram o varejo foi a instalação de mercados autônomos em condomínios. O momento exigia segurança e comodidade e a solução foi rapidamente incorporada pelos consumidores. Passados cinco anos, a tendência se converteu em um modelo de negócio rentável e em plena reinvenção.
LEIA TAMBÉM
Mikro Market inaugura em torno de 20 unidades por mês
Tendências tecnológicas e sustentáveis redefinem o varejo em 2025
O mercado autônomo segue em expansão, pois o comportamento do consumidor mudou de forma efetiva e a busca por conveniência, praticidade e acesso 24 horas se mantém muito forte. Nos próximos anos, a projeção é de que empresas e hotéis adotem massivamente a operação e outros serviços sejam oferecidos. Essas são as apostas de executivos do Minha Quitandinha e do market4u, dois players de destaque no setor.
Minha Quitandinha: novos mercados e expansão internacional
Inaugurada em 2020, a Minha Quitadinha abriu o sistema de franquias em 2022. Atualmente, há 370 unidades em 23 estados e Distrito Federal. A rede é uma startup de tecnologia em varejo que atua no modelo de franquia de minimercados autônomos, com tecnologia proprietária de automatização de varejos, proporcionando conveniência, qualidade e segurança para complexos residenciais e comerciais por meio de lojas que operam 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem a necessidade de intermediários para a realização das compras.
"Um dos principais diferenciais da Minha Quitandinha em relação ao mercado é o fato de utilizar uma tecnologia própria para a automação dos pagamentos, com o QPay, que é um aplicativo intuitivo para os consumidores efetuarem o pagamento das compras em menos de 19 segundos", comenta Guilherme Mauri, sócio-fundador e CEO da Minha Quitandinha.
Para 2025, a projeção é inaugurar 303 novas lojas, contemplando todos os estados brasileiros. "Também daremos continuidade ao projeto de expansão internacional iniciado no último ano, e inauguraremos a primeira operação fora do Brasil em 2025. Essa expansão internacional tem foco inicial nos Estados Unidos, Argentina e Espanha. Com essa iniciativa, pretendemos replicar nosso modelo de sucesso e atingir novos públicos, marcando presença no cenário global", diz o executivo.
Neste ano, a rede inaugurou a primeira unidade em uma instituição de ensino, na Universidade Estácio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, atendendo cerca de 750 alunos por dia. "Também estamos atentos à oportunidades em outros mercados, como hotéis, academias e hospitais. Criando produtos exclusivos e específicos para cada setor, com layout e mix de produtos específicos. Tivemos um crescimento de 110% no número de lojas em 2024, comparando com 2023, e batemos o faturamento da rede em R$ 35 milhões. Para este ano, vamos dobrar de tamanho: projetamos encerrar 2025 com 600 lojas e faturamento de R$ 70 milhões", celebra Mauri.
Para o CEO, a tendência é que o modelo de negócio dos mercados autônomos se consolide cada vez mais. "Para crescer, é fundamental investir constantemente em tecnologia, garantir uma operação eficiente e escolher pontos estratégicos. Estamos ganhando espaço em indústrias, empresas e escritórios, apesar de ter muito ainda para crescer no mercado condominial. Parcerias com incorporadoras, redes corporativas e setores como hospitalidade e bem-estar também são fundamentais para acelerar a expansão e gerar valor tanto para o consumidor quanto para os parceiros", explica.
Para os próximos anos, a projeção é de que as lojas do Minha Quitadinha deixem de ser apenas pontos de venda e passem a ser pontos de serviço e relacionamento. Isso significa, por exemplo, oferecer pagamento de contas, recarga de celular, serviços de correspondente bancário, entre outros.
market4u: potencial corporativo crescente e parceria com hotéis
O market4u hoje é a maior microfranquia do Brasil, com mais de 2200 lojas, em mais de 160 cidades e 20 estados do país. De acordo com o sócio-fundador e CEO Eduardo Córdova, a expectativa para 2025 é encerrar o ano com um faturamento de R$ 326 milhões e cerca de 2500 unidades.
Para o executivo, apesar de desafiador, o período da pandemia foi essencial para a expansão dos mercados autônomos, principalmente quando o modelo ainda era uma novidade. "A necessidade daquele momento facilitou a expansão e fez nascer uma nova forma de consumir. Hoje, os minimercados são uma comodidade indispensável em condomínios e empresas, principalmente nos novos empreendimentos que já contam com espaço exclusivo para a instalação. Mesmo com a expansão acelerada dos últimos anos, ainda existem milhares de condomínios com potencial e sem mercados autônomos, sem falar dos edifícios que estão em construção", pontua.
Ele assegura que o mercado de lojas autônomas no Brasil apresenta um crescimento expressivo nos últimos anos. "Desde a fundação do market4u em 2020, testemunhamos uma expansão significativa desse modelo de negócio, refletindo a crescente aceitação por parte dos consumidores e empreendedores. Atualmente, o market4u lidera o segmento no país, com mais de 2200 unidades operando em diversas regiões", conta.
Ele destaca que há uma crescente tendência da instalação de mercados autônomos em ambientes corporativos. Embora 90% da receita do market4u ainda seja proveniente das unidades residenciais, Córdova afirma notar um aumento na demanda por parte de escritórios e empresas. "Projetamos que, nos próximos três a quatro anos, o segmento corporativo poderá superar o residencial em termos de participação no faturamento", salienta. O market4u está expandindo a atuação para setores como a hotelaria, a exemplo da parceria firmada com a B&B Hotels Brasil visando aprimorar a experiência dos hóspedes por meio de soluções de varejo de proximidade. "Sabemos que, além de todo crescimento, o potencial de expansão do modelo em todo país ainda é gigantesco. Estima-se, hoje, que 10 mil condomínios no país possuam um mercado autônomo e há mais de 50 mil potenciais condomínios, sem contar os que estão em construção. Ou seja, além das unidades já mapeadas e com potencial de se tornarem PDXs market4u, ainda existem inúmeros empreendimentos em construção", fala o CEO.