
Por Redação
21 de agosto de 2025Lojas autônomas ocupam novos espaços e consolidam formato de proximidade e conveniência
Empresas já oferecem minimercados em academias, hospitais, hotéis e escritórios
A praticidade de ter um mercado a um “elevador” de distância está fazendo com que as lojas de condomínios cresçam o número de pontos de vendas, principalmente nas capitais. Segundo a APAS (Associação Paulista de Supermercados), no ano passado, somente no estado de São Paulo, esse perfil de negócio teve crescimento de 53,5%. A tendência que ganhou espaço na pandemia se consolidou mesmo após o fim do confinamento.
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De olho e atenta a esse cenário promissor, a Market4u é uma das empresas que está investindo em locais diversificados para instalar novas lojas. A companhia nasceu cerca de um mês antes de ser decretado o lockdown, por coincidência, e aproveitou o momento. Hoje a marca está em 160 cidades e conta com 2.300 lojas franqueadas. “A Market4u é a única dessas empresas que é do setor de tecnologia. As outras são varejo e terceirizaram a tecnologia. Por causa disso, nós temos um custo operacional menor”, explica Sandro Wuicik, cofundador e diretor comercial.
Além das lojas de condomínio, Market4u também já tem soluções para empresas, redes de hotéis, academias, galpões logísticos e hospitais, e estuda expandir para instituições de ensino e aeroportos.Com soluções que empregam a inteligência artificial, entre outras ferramentas, a empresa consegue oferecer preços competitivos, uma vez que ter uma eficiência digital possibilita analisar o que é oferecido por outros varejistas na região, cruzar informações com o perfil dos clientes e fazer boas negociações com a indústria. “Nenhuma loja tem o mix de produtos igual ao de outra. Nas mais de 2 mil lojas, dependendo do perfil, a gente personaliza o mix e o preço”, conta.
A tecnologia também ajuda a reduzir furtos. “Se colocar só as câmeras e depois olhar, não viabiliza. A gente tem investido muito em visão computacional. Com base no comportamento humano registrado pelas câmeras, são gerados gatilhos e alertas para ser preventivo no furto”, explica.
Outro case do setor, a com operações iniciadas em 2020 para atender o público que ficou confinado em casa, a Minha Quitandinha também vê potencial nas lojas autônomas para além dos condomínios. Para Guilherme Mauri de Oliveira, CEO e sócio fundador da empresa, o diferencial marca é a brasilidade, desde o nome em português até a disposição das lojas. A Minha Quitandinha começou a operar por franquia em 2021 e, desde o ano passado, foca só nesse modelo.
Os condomínios foram os primeiros clientes, mas os escritórios também receberam as lojas logo no início da operação. “É melhor que condomínio. No geral, cada apartamento faz 5 visitas por mês e gasta, em média, R$ 17 por visita. Nas empresas, cada pessoa visita a loja, em média, 4 vezes por semana e gasta R$ 7 a cada visita”, fala. Outro modelo em alta na estratégia da companhia são as lojas de rua, sem atendente. “Faz sentido em alguns locais específicos, como galerias comerciais, em cidades que tudo fecha à noite”, ressalta.
Recentemente, a empresa levou a solução de loja autônoma para universidades também e o resultado tem agradado o executivo. “Operamos com um ponto em uma faculdade, em Campo Grande (MS), que está indo muito bem. O campus é EAD, mas os alunos vão fazer prova. Tem um mix um pouco diferente, com material de escola, produtos para comer na hora etc.”, diz.
Oliveira sugere que há espaço para crescer ainda em hotéis, academias, hospitais... “Hoje 90% da nossa operação é em condomínio, mas dá para pensar em muita coisa. Onde tem fluxo de pessoas faz sentido ter uma loja. Acertando o mix de produto. tem tudo para dar certo”, conclui.
Também aproveitando a oportunidade da pandemia de Covid-19, a rede Hirota lançou em julho de 2020, a bandeira Hirota em Casa, uma solução criada para atender os condomínios. A meta é ter mil lojas nesse modelo até 2035. Por enquanto, a companhia varejista não pensa em expandir as lojas autônomas para outros espaços.
Com foco total em conveniência, outra aposta e no modelo Hirota Express, que opera com atendentes. “Estamos atentos para todos os movimentos do mercado”, ressalta a Helio Freddi, diretor de Expansão e Comunicação.