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Varejo
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Por Redação
29 de maio de 2025

Empatia digital: o diferencial humano no atendimento automatizado dos supermercados

Com a ascensão dos canais digitais, cresce a demanda por experiências automatizadas mais sensíveis, personalizadas e acolhedoras que fortalece a reputação das marcas

Em um cenário cada vez mais digitalizado, no qual a jornada de compra acontece a poucos cliques e as interações são, em grande parte, automatizadas, uma nova competência se destaca como essencial no atendimento ao cliente: a empatia digital. No setor supermercadista, essa habilidade da tecnologia de “sentir” o cliente, compreender seu contexto emocional e responder de forma sensível já está redefinindo a forma como redes se relacionam com seus consumidores.

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Para Leandro Rosadas, especialista em gestão de supermercados, essa tendência é uma resposta direta à transformação do comportamento de compra no setor. “Empatia digital não se trata apenas de respostas educadas, mas da capacidade da tecnologia entender o contexto emocional do cliente. A aplicação prática disso pode ser observada em várias frentes, como no uso de linguagem natural personalizada por chatbots, no tom adequado para cada situação e no acompanhamento ativo após experiências negativas”, diz.

A inteligência artificial deixou de ser apenas um facilitador de operações para se tornar uma extensão do relacionamento com o consumidor. “O segredo para aplicar empatia digital no atendimento automático do supermercado é simples: o sistema precisa soar mais humano”, destaca Danielle Francis, COO da Fintalk, plataforma especializada em IA conversacional.

Real compreensão ajuda a fidelizar e criar vínculos

Para Francis, em vez de respostas engessadas, o ideal é que o sistema demonstre real compreensão sobre cada demanda. “É sobre falar a língua do cliente, reconhecer a frustração. ‘Poxa, entendo a sua procura por [nome do produto], ele faz falta por aqui também! Mas dá uma olhada nessas outras opções, quem sabe alguma te agrada?’, exemplifica Danielle.

Segundo Rosadas, além de tornar a experiência mais agradável, a empatia digital tem impacto direto na fidelização e reputação das marcas. “Clientes que se sentem ouvidos e respeitados, mesmo em interações automatizadas, tendem a retornar. Marcas que adotam estratégias de empatia digital têm aumento de até 30% nas taxas de recompra. Atendimentos ríspidos ou impessoais são amplificados negativamente nas redes sociais, enquanto experiências empáticas geram comentários positivos e advocacy espontâneo, o famoso “boca a boca digital”, destaca o especialista.

Danielle reforça a ideia ao afirmar que o vínculo emocional estabelecido por um bom atendimento automatizado pode ser mais forte do que muitos imaginam. “Aquele cliente que teve um problema e percebeu que a empresa se preocupou em resolver rápido costuma ser ainda mais fiel do que quem nunca teve que reclamar. Porque ele enxerga valor justamente no momento difícil.”

Empatia presente em toda a jornada

Na jornada digital do supermercado, a empatia precisa estar presente desde a busca por produtos até o pós-venda e Rosadas entende que, quando um item está fora de estoque, o chatbot pode sugerir similares e oferecer notificações de reposição com mensagens acolhedoras. Danielle acrescenta que essa estrutura exige tecnologias mais avançadas e integradas. “Na prática, isso se faz com uma IA conversacional conectada aos dados do cliente, que entende o contexto e responde de forma personalizada, com tom mais humano e soluções ágeis. A empatia digital deve estar presente em toda a jornada, mas é essencial em três momentos: busca por produtos, atendimento durante a compra e pós-venda”, avalia a COO da plataforma especializada em IA conversacional.

No entanto, um desafio comum às redes supermercadistas é equilibrar eficiência operacional com sensibilidade emocional. De acordo com Rosadas, o uso de classificadores de emoções que detectam padrões de frustração e escalam o atendimento automaticamente para agentes humanos”A partir de soluções híbridas como mensagens gravadas com vozes reais ou vídeos curtos, as empresas varejistas ampliam a percepção de cuidado”, diz o especialista em gestão de supermercados.

Para Francis, o equilíbrio vem da combinação certa entre tecnologia e linguagem. “A eficiência garante uma resposta rápida. Mas a sensibilidade entra na forma como essa resposta é entregue. Em situações como trocas ou rupturas de estoque, não basta resolver, é preciso reconhecer o incômodo. ‘Sinto muito por isso, vou te ajudar agora mesmo’ já muda o clima da conversa”, ensina a executiva da Fintalk.

Cases e resultados concretos

A teoria se confirma na prática com cases nacionais que ilustram como a empatia digital pode gerar resultados expressivos. Rosadas cita o exemplo do Carrefour Brasil, que implementou um assistente virtual treinado com base em feedbacks emocionais dos clientes e obteve um aumento de 40% na resolução automatizada de problemas, com índice de satisfação acima de 80%. Outro caso de destaque mencionado por Leandro Rosadas vem do GPA, que adotou análise de sentimento no atendimento via WhatsApp e reduziu em 32% o tempo de resposta para casos emocionalmente sensíveis. Já o Super Nosso, de Minas Gerais, desenvolveu fluxos humanizados em seu app de delivery, ganhando menções espontâneas positivas nas redes sociais, segundo o especialista.

Danielle também compartilha resultados concretos da Fintalk. “Em um dos nossos cases, nosso cliente recebeu uma mensagem agradecendo pela paciência no atendimento. Isso mostra como um agente de IA conversacional pode entregar uma empatia digital. Falando de números, observamos um aumento médio de 15% na taxa de retenção de clientes que interagem com agentes treinados para demonstrar empatia”, completa.

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