
Por Redação
5 de junho de 2025No dia do Meio Ambiente, Brasil mantém 99% de reciclagem de latas
Consumo cresceu mais de 14 mil toneladas em cinco anos e sistema nacional respondeu com eficiência, reforçando liderança global do país
O Brasil tem demonstrado que é possível aliar crescimento industrial à responsabilidade ambiental. De 2019 até 2023, o mercado de latas de alumínio para bebidas aumentou de forma consistente, impulsionado por novas categorias de consumo, mudanças de hábito e preferência por embalagens mais sustentáveis. De acordo com o último dado consolidado do setor, divulgado em junho de 2024, pela Abralatas, foram comercializadas 389,8 mil toneladas de latas — quase 14 mil a mais do que em 2019, quando o volume era de 375,7 mil toneladas. Mais do que um sinal de expansão de mercado, esse aumento representa também um desafio logístico que o Brasil tem conseguido superar com excelência.
Ao longo desse período, o sistema de reciclagem de latas não apenas deu conta do recado — ele se fortaleceu. A média do índice de reciclagem entre 2019 e 2023 foi de 98,7%, com destaque absoluto para os dois últimos anos: 100% em 2022 e 99,7% em 2023. Em termos absolutos, isso significa que o país reciclou, em 2023, mais de 395 mil toneladas de alumínio, equivalente a mais de 32 bilhões de latas, reaproveitando praticamente tudo que foi colocado no mercado.
“Há cinco anos, já reciclávamos em níveis elevados. Mas o que impressiona é a consistência. O volume aumentou, o consumo aumentou — e mesmo assim, seguimos reciclando praticamente todo o montante colocado no mercado. É um sistema que amadureceu, que tem escala e que funciona”, destaca Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas.
Esse desempenho contínuo coloca o Brasil em uma posição de liderança mundial. Enquanto países do G20 apresentam taxas médias que variam entre 60% e 80%, o Brasil opera num patamar muito próximo da totalidade.
Esse modelo, estruturado ao longo de décadas, pode servir como referência para outras nações, especialmente da América Latina, África e Ásia, onde o avanço da economia circular ainda enfrenta obstáculos. O Brasil mostra que políticas públicas bem aplicadas, combinadas com engajamento setorial e social, podem gerar resultados consistentes em larga escala — mesmo em países em desenvolvimento.
O sucesso se deve a uma cadeia integrada composta por 25 unidades fabris, 39 centros de coleta e o trabalho de mais de 800 mil catadores, que hoje representam um dos elos mais importantes dessa engrenagem circular.
“Reciclar com esse nível de eficiência não é algo pontual — é resultado de um modelo sólido, de anos de estruturação e de políticas públicas que funcionam quando são bem aplicadas”, completa Paquet.
Além da performance operacional, a lata de alumínio carrega atributos ambientais inegáveis: possui o menor ciclo de reciclagem entre as embalagens de bebidas — cerca de 60 dias, apresenta a menor pegada de carbono e hídrica do setor, segundo estudos do Instituto Sphera, na Alemanha, e é 100% reciclável.