Varejo se reinventa com tecnologia usando IA e visão computacional

O varejo passou por importantes mudanças nos últimos anos, entre elas, o aumento das vendas online e a digitalização da operação das lojas abriram o caminho para outras inovações e, hoje, a inteligência artificial (IA) e a visão computacional trazem percepções significativas que podem transformar, de fato, o setor varejista. Para Sergio Fukushima, business development manager da Axis Communications, a principal barreira para a inteligência artificial e a visão computacional na cadeia de varejo aqui no Brasil envolve custos e falta conhecimento dos gestores sobre a melhor forma de utilização da IA.

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De acordo com Fukushima, outra barreira perceptível entre os supermercados e tecnologias como IA e visão computacional é a adaptação que cada estabelecimento precisa fazer para acomodar todos esses dispositivos e, muitas vezes, exige a remodelação. “O principal ponto é saber o que o supermercado quer. Existem várias áreas para se trabalhar, como comportamento do cliente, giro de produtos, reposição, análise de perdas por fatores internos e externos. Esses são alguns exemplos de tecnologias que podem ser utilizadas pela Inteligência Artificial e pela visão computacional”, explica.

André Miceli, professor de MBAs da FGV, acredita que o custo de implementação da tecnologia nas lojas ainda não são baratas, mas existe outro aspecto que pode dificultar a aplicação. “A cultura organizacional muitas vezes mostra resistência à mudanças e é comum encontrar essa resistência na alta gestão, com o pensamento ‘nunca fizemos isso e deu certo até aqui’. Essa estrutura de pensamento pode ser um entrave a todo tipo de inovação”, afirma.

Investimento e implementação

O executivo da Axis Communications entende que o principal retorno da tecnologia de Inteligência Artificial para o varejo está nos dados disponíveis para análise do negócio. “Dados simples como quantas pessoas entraram no meu estabelecimento, qual o corredor mais visitado, quanto tempo eles ficaram olhando uma determinada área, quais produtos com mais giro, entre outros. Sem contar a perda por furto, tanto interno como externo. Esses são dados que você pode utilizar para ter mais vendas e maiores lucros e menos perdas. Quanto mais dados tiver, a decisão pode ser mais assertiva e correta”, afirma Sergio Fukushima.

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Segundo o professor de MBAs da FGV, o investimento para instalar sistemas de IA e visão computacional em um supermercado varia em função de diferentes aspectos. “Depende do tamanho e dos recursos necessários no projeto, a complexidade do sistema, integração com outros sistemas, segurança, fornecedores, Além disso, depois de implantar é necessário manter a estrutura rodando, fazer testes com aprendizado gradual, feito em ciclos de desenvolvimento que se retroalimentam e financiam as novas etapas”, diz.

Para Fukushima, o melhor caminho para implementar as tecnologias de IA e visão computacional no varejo começa pelo conhecimento do gestor sobre a melhor implementação da IA no negócio. “Para conhecer o comportamento do cliente, as câmeras podem ajudar gerando um mapa de calor que mostra o percurso do cliente no estabelecimento, assim como controlar o estoque ou a reposição de produtos usando sensores”, completa.