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Varejo
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Por Redação
18 de novembro de 2025

"Nosso foco em 2026 será acelerar a humanização", diz CEO do St Marche

Grupo almeja fortalecer relacionamento com clientes em fase pós-homologação do plano de Recuperação Extrajudicial

Um mês depois da homologação do plano de Recuperação Extrajudicial (RE) pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), efetuada em 10 de outubro de 2025, o Grupo St Marche volta à olhar com tranquilidade para o futuro sem perder de vista o objetivo que sempre esteve presente em seu DNA: encantar o cliente com a experiência em loja. Desde o início do processo da RE, protocolado em abril deste ano, o Grupo St Marche recebeu dois novos aportes financeiros no valor total de cerca R$ 90 milhões, provenientes do fundo L Catterton e do banco PTG Pactual. O investimento possibilitou a reestruturação financeira da empresa, com a normalização dos pagamentos a fornecedores, e o reabastecimento das lojas, tendo como consequência a estabilidade da operação.

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"Em 2022, motivados pela taxa baixa de juros, decidimos 'pisar no acelerador'. Saltamos de 21 para 32 lojas em três anos. Em julho de 2024, porém, ainda não havia queda. Com a subida do dólar para R$ 6,20, em dezembro a crise acabou explodindo", relata Bernardo Ouro Preto, CEO e Co-fundador do St Marche.

O momento mais sensível ocorreu entre os meses de abril e julho deste ano, com o aumento da ruptura nas lojas e a consequente diminuição do fluxo de clientes. Hoje, o nível de ruptura nos supermercados brasileiros está em torno de 15%, enquanto o índice nas unidades St Marche está em torno de 8%, conforme o executivo.

No último trimestre do ano o grupo lançou a campanha promocional com o mote “A gente quer te ver sempre” para reforçar a consolidação do negócio e selar a reaproximação da marca com os consumidores. Para 2026, o grupo descarta a abertura de novas lojas - a ideia é consolidar os produtos próprios, em sua maioria das categorias de comidas e bebidas, e, como a própria campanha indica, fortalecer a relação com os clientes. "Entendo que o momento no varejo alimentar é de acelerar a transformação digital, mas, para nós, o foco será acelerar a humanização, até porque o Grupo St Marche é conhecido pela qualidade da experiência do cliente e melhorá-la cada vez mais é nossa missão mais importante para 2026", declara Bernardo.

O uso da IA na operação do grupo, segundo o executivo, tem como propósito tomar decisões a partir de análises mais assertivas - principalmente no setor de FLV, permeado por flutuações de preço e demanda conforme as mudanças climáticas. O CEO comenta, inclusive, que a tecnologia dos self checkouts presentes em algumas lojas não deve ser replicada em outras unidades tão cedo. "O caixa é o nosso último ponto de contato com o cliente e essa interação faz parte da nossa cultura", diz.

Já o CRM tem sido peça-chave nesse novo momento do St Marche, por ser uma ferramenta adotada como fortalecedora do relacionamento com o cliente. Assim que a homologação da Recuperação Extrajuficial foi concretizada, Bernardo enviou uma carta para uma lista selecionada de 180 mil clientes pedindo desculpas pela falta temporária de produtos nas prateleiras das lojas e convidando-os para uma nova visita. "A receptividade foi incrível e já tem mostrado resultado no fluxo das lojas", conta.

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