
Por Redação
29 de maio de 2025Escassez de mão de obra desafia o varejo alimentar
Jornadas de trabalho, baixos salários e diversidade geracional aparecem como entraves para que supermercados preencham vagas
A falta de mão de obra lidera o ranking de “ameaças” no setor varejista, segundo a 28.ª edição do estudo Global CEO Survey da PwC. O levantamento, que ouviu mais de 4.700 executivos em mais de 100 países, revelou que 41% dos líderes do varejo apontam a escassez de profissionais qualificados como o principal obstáculo para os negócios — índice superior à média nacional (30%). Apesar da previsão de que 59% das empresas do setor devam contratar no próximo ano, o desafio está em preencher vagas em todos os níveis, desde funções operacionais até cargos técnicos e de liderança.
De acordo com a pesquisa, neste ano, 59% dos líderes do varejo pretendem contratar, uma marca que supera a média nacional, que inclui outros segmentos (53%). Apesar do avanço do uso da Inteligência Artificial no varejo e da predisposição para continuar investindo nessa ferramenta, Luciana Medeiros, sócia e líder da indústria de Consumo e Varejo da PwC, observa que esse instrumento não vai suprir a falta de mão de obra. “O consumidor brasileiro aceita a inteligência artificial, mas precisa ter um humano na condução dela”, ressalta.
O varejo tem enfrentado atualmente um cenário paradoxal, apesar do setor ser considerado um dos maiores empregadores do país, uma vez que existe uma escassez significativa de mão de obra, segundo Lívia Azevedo, diretora geral do Super Carlão. “Temos tido dificuldades no preenchimento de vagas em todos os níveis, tanto nas funções operacionais (como atendentes, operadores de caixa e repositores) quanto nos cargos mais seniores e técnicos (como gerentes de loja, líderes de setor e profissionais especializados em logística, TI e compras)”, revela.
As principais dificuldades envolvem fatores como: baixa atratividade das funções operacionais, como salários pouco competitivos em relação a outros setores;
jornada de trabalho considerada pesada, onde inclui finais de semana e feriados; falta de qualificação técnica ou comportamental, em que os profissionais muitas vezes não têm formação básica suficiente ou habilidades essenciais (como comunicação, organização, matemática básica, et), além da dificuldade de encontrar candidatos com postura adequada para o atendimento ao público.
Com isso, o turnover é alto, especialmente nos cargos operacionais, como operador de caixa, repositor, atendente e auxiliar de loja. A Rede de Supermercados Super Carlão conta com quatro lojas, três em Paraty (RJ), uma delas sendo considerada a maior loja do sul-fluminense e duas em São Paulo, localizadas em Cunha e Guaratinguetá.