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Varejo
Varejo 13 de junho de 2023

Americanas declara que balanços foram fraudados pela diretoria anterior

Companhia divulga que ex-CEO, Miguel Gutierrez, estava envolvido

A Americanas lançou um comunicado ao mercado, nesta terça-feira (13), declarando que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior. A divulgação foi realizada após reunião do conselho de administração da companhia com assessores jurídicos onde foram apresentados os documentos que compravam as inconsistências.

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De acordo com a Americanas, os documentos que deram origem ao relatório demonstram os esforços da diretoria anterior das Americanas para ocultar a real situação de resultado e patrimonial da companhia e indica a participação no esquema do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.

Nos relatórios, baseados em documentos entregues pelo comitê de investigação, foram identificados diversos contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares (VPC), incentivos comerciais usualmente utilizados no setor de varejo, que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores. Esses lançamentos, feitos durante um significativo período, atingiram, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$ 21,7 bilhões em 30 de setembro de 2022.

Também foram identificados lançamentos redutores da conta de fornecedores oriundos de juros sobre operações financeiras, que deveriam ter transitado pelo resultado da companhia ao longo do tempo, totalizando, em números preliminares e não auditados, o saldo de R$3,6 bilhões em 30 de setembro de 2023.

O ex-CEO Miguel Gutierrez desligou-se da companhia em 31 de dezembro de 2022. Já José Timótheo de Barros foi afastado de suas funções em 03 de fevereiro de 2023 e comunicou sua renúncia em 1º de maio do mesmo ano. Os desligamentos dos demais executivos envolvidos foram solicitados pela administração da companhia.

Relembre o caso

No dia 11 de janeiro Sergio Rial, recém-empossado CEO da Americanas na época e André Covre, diretor de relações com investidores, renunciaram aos cargos, logo após identificarem inconsistências em lançamentos contábeis de exercícios anteriores. O rombo foi avaliado em aproximadamente R$ 20 bilhões.

Leonardo Coelho Pereira foi nomeado como novo presidente no dia 16 de fevereiro. O executivo com sólida experiência em reestruturação e posição de sócio na Alvarez & Marsal.

No fim de março, a Americanas protocolou seu pedido de recuperação judicial.

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