
Por Redação
8 de abril de 2025Itens de Páscoa apresentaram aumento nos preços nos últimos três anos
Chocolates, azeite e ovos registraram crescimento de 27,2%; 74,5% e 51%, respectivamente
Os itens de mesa da Páscoa registraram aumentos significativos nos últimos anos, apresentando um comportamento de queda de preços no acumulado em 12 meses até março de 2025, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE).
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Com um aumento médio de 11,6% em 2023, comparado a 2022, e um incremento mais expressivo de 16,1% em 2024, teve uma queda de 6% em 2025, em relação com 2024. Nos últimos três anos, a cesta apresentou alta de 21,6%, bem acima de 12,4% registrado pelo índice de Preços ao Consumidor – Mensal (IPC-M, FGV IBRE).
A dinâmica dos preços no triênio 2023-2025 revela tendências distintas, com chocolates e bombons em contínua alta. Tradicionalmente associados às celebrações da Páscoa, mantiveram-se em trajetória ascendente com aumentos de 10% em 2023, 2,4% em 2024 e 12,8% em 2025, acumulando 27,2% no período total.
Outros produtos seguiram caminhos variados. A batata-inglesa liderou as quedas mais expressivas: após alta de 43,6% em 2024, registrou retração de 45% este ano, resultando em deflação de 18,9% no triênio. A cebola seguiu tendência similar, passando de 33,3% em 2024 para -43,1% em 2025, com queda acumulada de 6,6%. O arroz, mesmo após recuo de 4,9% no último ano, manteve inflação de 33,8% no período.
O azeite destacou-se com a maior elevação acumulada (74,5%), com altas consecutivas de 7,8% (2023), 46,8% (2024) e 10,2% (2025). Os ovos de galinha somaram aumento de 51% nos três anos.
Produtos como bacalhau e sardinha tiveram comportamento irregular nos preços. O bacalhau alternou entre alta de 10,4% em 2023; queda -1,9% em 2024; e nova alta de 9,7% em 2025, totalizando 18,7%. O atum destacou-se entre os pescados com inflação de 30,6% no período.
"O fato da cesta de Páscoa ter registrado queda intensa entre 2024 e 2025, influenciada por hortaliças e legumes, conta apenas metade da história. Quando analisamos mais de perto, por um período mais longo, vemos que itens cujos preços médios são mais elevados, como é o caso do azeite, bacalhau e chocolates, tiveram altas expressivas não somente em relação ao ano passado, mas sucessivamente ao longo do tempo, fazendo com que o preço pago pelo consumidor esteja sempre crescendo," destaca Matheus Dias, economista da FGV IBRE responsável pelo levantamento.