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Por Kátia Bello
2 de junho de 2025

Inspirações da Bienal de Veneza para Sua Loja

Confira o novo artigo exclusivo de Kátia Bello, arquiteta e CEO da OpusDesign, para a SuperVarejo

Este é o tema da 19º Bienal de Veneza que começou agora em maio. As bienais de arquitetura promovem reflexões sobre o papel da arquitetura e também trazem provocações para se sair da mesmice e do piloto automático. Elas são um convite para ampliar horizontes.

Resolvi conversar com vocês sobre isto, porque este tema sintetiza um conjunto de inteligências que, se aplicadas na arquitetura em geral e mais especificamente em uma loja, trarão grandes resultados.

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Muito se fala agora sobre a Inteligência Artificial, mas poucos falam que IA é o reflexo do que somos como civilização. A base dela são os aprendizados que todos nós acumulamos ao longo do tempo, ampliados pela capacidade de processamento e aprendizagem da máquina, que ultrapassa o nosso cérebro, e nos devolve respostas com uma rapidez gigantesca, com uma quantidade de informações sem precedentes, quebrando barreiras geográficas e barreiras de saberes, que antes eram restritos a um grupo e agora se tornam acessíveis a muitos. Há quem goste, e há quem não goste, mas o fato é, que não se trata apenas de uma revolução, estamos nos adaptando a um novo modo de viver. Esta adaptação também está ocorrendo nas lojas, e é nítido como ela pode melhorar a personalização das experiências, automatizar tarefas e otimizar operações, não só em relação a tempo, mas em assertividade e fluidez. A Inteligência Artificial é uma nova maneira de acessar a Inteligência Coletiva.

Podemos também desenvolver Inteligência Coletiva nos projetos de loja quando a arquitetura consegue traduzir em espaço todo o saber acumulado de uma empresa e suas áreas especificas, como o comercial, operações, marketing, RH, etc., e envolve a colaboração entre diversas disciplinas, em prol da qualidade da arquitetura e do benefício gerado para as pessoas que frequentarão o espaço, sejam elas clientes, funcionários ou prestadores de serviço. Pensar na coletividade abre oportunidades de tratar a loja como um hub comunitário, ou seja, um espaço que gere oportunidades para áreas de convivência e engajamento social. A própria área de vendas pode ser projetada para ser um espaço de convivência. Talvez você já tivesse pensado a loja como um hub logístico, mas ela pode ganhar potência sendo também um hub comunitário.

E por último a Inteligência Natural, no sentido de aprender com a própria natureza. Nos projetos de loja, quando tomamos os cuidados para implantá-la corretamente, pensando na eficiência, como ela interage com o meio ambiente, buscando a maneira mais sustentável possível, estamos não apenas pensando nos impactos ambientais, mas tirando o melhor proveito operacional da arquitetura. Precisamos refletir com atenção sobre os “modismos estéticos”. Um exemplo muito usual, em nome de uma estética vigente é fazer fachadas inteiras de vidro comum, sem o cuidado técnico de observar a orientação do sol. Essa prática gera um ganho de calor desnecessário para o ambiente interno, aumentando a necessidade de ar condicionado e ocasionando gastos adicionais com energia, deixando a operação da loja mais cara.

Podemos maximizar o aproveitamento da luz natural, proporcionando um ambiente bem iluminado e fresco, considerando um bom estudo da orientação solar, e a aplicação correta de vidros específicos que refletem o calor do sol.

Arquitetura não é só estética. Arquitetura é inteligência aplicada ao espaço!

Pense nisto! @katiabelloopus

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