
Por Leandro Rosadas
30 de maio de 2025Checkout: o ponto de venda que vai além do pagamento de produtos
Confira o novo artigo exclusivo de Leandro Rosadas para a SuperVarejo
A frente de caixa ainda é uma área subestimada por diversos supermercadistas, isso porque foi considerada como o "fim da jornada de compra" por muito tempo. Entretanto, o checkout, quando bem planejado, se transforma em um espaço estratégico de faturamento, sendo capaz não só de elevar o ticket médio e reduzir rupturas, mas também de acelerar giro de produtos de impulso. E vale ressaltar que isso não é achismo. A ciência e os resultados práticos em redes brasileiras mostram que o checkout tem poder real de conversão.
Não à toa, o levantamento realizado pelo Serviço de proteção ao crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 33,2% das compras por impulso ocorrem em supermercados. Prova disso é que mais de 40% dos consumidores admitem comprar algo que não planejaram na hora de pagar. O comportamento é ainda mais acentuado entre jovens e mulheres, perfis que representam grande parte do público ativo nas lojas.
Já a pesquisa feita pela Nielsen concluiu que 70% das decisões de compra são tomadas no ponto de venda, e a frente de caixa concentra grande parte desses gatilhos. A explicação é simples: enquanto o cliente aguarda no checkout, ele observa o que está ao seu redor — e, ao observar, acaba comprando. Diversos estudos de grandes centros de pesquisa reforçam a importância do caixa como uma zona de decisão rápida. Um levantamento publicado no Journal of Marketing, por exemplo, mostrou que alterações visuais e de posicionamento nesse espaço podem gerar um aumento de até 18% no ticket médio.
Pensando nisso, a Rede Market, localizada em São Paulo, implementou uma solução antifurto integrada ao checkout e reorganizou os produtos por margem. O resultado da estratégia foi a redução de perdas e aumento de giro em itens estratégicos como pilhas, chicletes e recargas. O tempo de operação também caiu de 5 minutos para menos de 1 minuto com novas tecnologias.
Confira as principais 4 estratégias para ativar o checkout como ponto de venda:
1. Escolha produtos com alta margem e apelo imediato
Chocolates, energéticos, isqueiros, pilhas e balas são clássicos. Mas também funcionam escovas, absorventes, adaptadores e sacolas extras, ou seja, tudo o que resolve um “esqueci” ou um “talvez eu precise”.
2. Mantenha preços visíveis
Estudos mostram que quando o preço não está visível, a venda cai. Clareza gera confiança e acelera a decisão.
3. Use comunicação visual direta e rotatividade semanal
Sinalização atrativa junto com mudança constante de itens resulta em atenção renovada e mais vendas.
4. Treine o operador de caixa para ativar a venda
Um simples “levando esse chocolate, o segundo sai pela metade do preço” pode triplicar a conversão. O caixa não deve só cobrar, ele deve vender.
O checkout é mais que um lugar para passar o código de barras. É um ponto de decisão, de influência e de oportunidade. Em tempos de margens apertadas, ignorar a frente de loja é deixar dinheiro na gôndola. A ciência, os dados e os cases brasileiros mostram que vale a pena investir nesse metro quadrado. E o melhor: com pequenas mudanças, o impacto é imediato. Quer vender mais sem investir em mais propaganda? Comece pelo caixa.