APAS SHOW
APAS SHOW 19 de outubro de 2022

Varejo do futuro será pautado em reputação, respeito, relevância e resultado

IMDV comemorou o aniversário de 4 anos com encontro e painéis sobre ESG

Na última terça-feira (18), o Instituto Mulheres do Varejo comemorou seu aniversário de 4 anos com a realização do evento "4rs do varejo do futuro" para debater temas como: o que é reputação e como construí-la de forma sustentável diante das novas demandas da sociedade, como construir a relevância para atender as necessidades e expectativas, além de destacar quais são os pilares do respeito e como construí-lo no dia a dia e sobre como resultado e propósito precisam estar conectados na entrega de valores.

O evento, que ocorreu na sede da APAS (Associação Paulista de Supermercados), em São Paulo (SP), emocionou o público com a abertura de Liliane de Grammont, filha do cantor Lindomar Castilho e da cantora Eliane de Grammont e órfã de um feminicídio. Em 1981, seu pai entrou no bar em que Eliane cantava e disparou cinco tiros contra a ex-mulher. Atualmente, Liliane é coreógrafa e dedica seu tempo para a luta contra a violência contra a mulher. A ativista iniciou seu discurso contando sua própria história e destacou seu momento de reconhecimento do machismo enraizado na sociedade. "Sempre me senti em cima do muro, preferi o silêncio. Mas anos depois entendi que estava em cima do muro para olhar as partes. Entender o todo. Buscar a resposta para: o que te faz ser o que você é? Pensar a violência contra a mulher como sistema, parte de uma construção histórica e social. Amo meu pai. Isso não significa passar a mão na cabeça. Militar pela mulher inclui uma conversa com os homens", diz Liliane.

Sandra Takata, presidente do Mulheres do Varejo, deu o pontapé inicial para os painéis que seguiriam. "É uma honra estar com todos vocês aqui, começando de uma forma impactante com a história incrível da Lili".

O primeiro painel teve a participação de Jandaraci Araújo, co-fundadora do Conselheiras 101, programa que visa a inclusão de mulheres negras em conselhos de administração, Vanessa Sandrini, diretora de Novos Negócios da JHSF e mediação de Bruna Falani, CEO da Shopper 2B. Juntas, elas falaram sobre as principais definições de relevância e apresentaram o dado: 80% dos entrevistados concordam que a empresa onde trabalham impacta positivamente a sociedade, mas 15% das mulheres não se sentem representadas pelas ações tomadas pela empresa em que trabalham. "Transparência tem sido um ponto extremamente relevante, as empresas gastam muita energia fazendo publicidade sobre ESG, mas não fazem na prática. E falta a gente, como consumidor, reagir quanto a isso. Já passamos da fase de explicar sobre como a pauta de diversidade é importante. Então, o que falta para as empresas fazerem o certo?", indagou Jandaraci.

Durante o painel "respeito", foram relevados os dados: homens sentem-se mais respeitados do que as mulheres, 40% dos homens se sentem livres para darem sua opinião no trabalho, enquanto 32% das mulheres se sentem da mesma forma e 33% dos homens concordam completamente que podem discordar de outras opiniões sem sofrer punições, sendo que apenas 25% das mulheres tem a mesma sensação. Olegário Araújo, co-fundador da Inteligência 360, iniciou o bate papo perguntando as convidadas Melissa Pimentel, superintendente executiva da ASA, Marita Bernhoeft, diretora de relações com investidores do Grupo GPS e Telma Woerle de Lima Soares, diretora executiva do Centro de Excelência em Inteligência Artificial (CEIA) & Deep Learning Brasil sobre o que, atualmente, as mulheres gostariam de ver dos líderes sobre respeito. "Hoje, mais do que nunca, estamos buscando o olhar de cuidado para o outro. Não é automático que pensemos com clareza sobre o que é o respeito, então, é fundamental que precisamos evoluir em sociedade e em qualquer tipo de organização para termos esse olhar para o próximo", diz Melissa.

De acordo com pesquisa da Toluna, 80% dos profissionais pesquisados tem orgulho da empresa em que trabalham, mas 15% reportam ter vergonha da empresa que trabalham. Outro dado aponta que 33% das mulheres não trabalhariam de jeito nenhum em uma empresa com valores diferentes dos seus, contra o número de 23% dos homens. Essa pesquisa teve sinergia com o painel "reputação", com a participação de Sandra Takata, Fernanda Dalben, diretora de marketing da Dalben Supermercados e Cecília Russo Troiano, psicóloga pela PUC-SP. "Reputação é de dentro para fora, como seremos algo para fora, se nem por dentro somos? Reputação se resume em duas palavras: essência e consistência. Ser consistente é o que vai gerar reputação", ressalta Fernanda.

Para o último painel, o tema "resultado" esteve em destaque e outra pesquisa levou dados ao público presente no Espaço APAS: para 68% das mulheres, resultado é consequência das ações tomadas. Já os homens veem mais o lucro, serviços e produtos finais, além disso, para 78% das mulheres é importante que a empresa tenha equidade de gêneros e racial e concordam que ter representatividade feminina nas lideranças traz resultados positivos (vs 72% dos homens). Sonia Maria Silva, diretora adjunta regional da Pernambucanas, contou sobre o case de sucesso da tradicional rede varejista. "Nós somos uma empresa de 114 anos de varejo e 14 mil colaboradores, desse quadro 75% são mulheres. A gente fala muito de equidade, precisamos dar esse equilíbrio no varejo. Hoje 58% das lojas da companhia são gerenciadas por mulheres, dessas mulheres saem as líderes da companhia".

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