De olho no mercado russo
Empresários brasileiros se reuniram em fórum, na Rússia, para debater junto à representantes comerciais locais, a importância da parceria entre empresas e entidades de ambos países para o sucesso dos negócios
No dia 15/02 foi realizado em Moscou, o Fórum dos Conselhos de Empresários da Rússia e do Brasil, que contou com a presença de nomes como Augusto Pestana, presidente da APEXBrasil ? Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos; além de empresários brasileiros e associações de setores variados, que representaram companhias do agronegócio, frutas, carnes, setor farmacêutico, entre outros. O objetivo do evento é o de, a partir dos resultados gerados pelo Fórum, elaborar uma lista de propostas consolidadas de empresas russas e brasileiras, visando o reforço da cooperação, documento este que será apresentado às autoridades governamentais competentes de ambos os países. ?Outro objetivo do encontro é o de ajudar as empresas brasileiras a se internacionalizarem, melhorando o ambiente de negócios para o setor privado e elevar a relação econômica entre os países a um patamar mais próspero?, afirmou Pestana, da APEXBrasil.
Na abertura do evento, Alexander Shokhin, presidente da RSPP- União Russa de Empresários e Empreendedores Industriais; Andrey Guryev, presidente do Conselho Empresarial Rússia-Brasil e Marcos Molina, presidente do Conselho Empresarial Brasil-Rússia deram boas vindas, e ressaltaram a importância da parceria comercial entre os países.
Entre os empresários presentes, Antonio Camardelli, presidente da ABIEC - presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes - ressaltou a qualidade da carne bovina brasileira. ?Este ano vamos chegar a cifra de 10 bilhões de dólares em exportação. Novos tempos determinam novas sinergias?, disse. Outro nome presente à mesa, Ricardo Santin, presidente da ABPA - Associação Brasileira de Proteína Animal ? falou sobre a importância da globalização na atuação das companhias, principalmente das que atuam no setor de alimentos. ?Precisamos de mais estabilidade em nossos negócios. Não pode haver fronteiras para os alimentos?, disse.
Representando o setor de frutas brasileiras, Guilherme Coelho, presidente da Abrafrutas - Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados - abordou a preocupação dos produtores brasileiros com as questões sustentáveis. ?Temos uma rede aberta para o envio de frutas para o mercado russo. Também estamos antenados com as questões do carbono e a agenda ESG?, disse.
Outro empresário que participou por videoconferência do encontro foi Paulo Hegg, acionista do Grupo Tirolez, que abordou a exportação de queijos para a Rússia, e fez alguns pedidos, para que os negócios fluíssem de maneira mais dinâmica. ?Exportamos desde 2014, e adaptamos nossos produtos ao mercado local. Precisamos que seja homologado um armazém em Santos, litoral de São Paulo, para que o processo de exportação seja facilitado?, reforçou aos presentes.
Falando da importância na cooperação em relação aos investimentos, Paulo Zottolo, presidente da ZM Consulting, companhia que atua no setor de investimentos, fez sua análise, usando como base o mercado de consumo de produtos industrializados. O executivo chamou a atenção sobre o processo de internacionalização das empresas brasileiras, que não acontecem na velocidade adequada. Também ressaltou o potencial do mercado de consumo russo. ?O sonho de toda empresa brasileira é exportar para os países latinos e Estados Unidos. E por que não a Rússia? São 150 milhões de consumidores. As empresas brasileiras são capacitadas para entrar no mercado russo e as russas no mercado de consumo brasileiro?, afirmou.
