Consumo
Consumo 27 de junho de 2022

Ruptura do chocolate dispara nas gôndolas

No último mês, a falta do produto nos supermercados ficou em 20,3%, maior indisponibilidade desde maio de 2020

No último mês de maio, os itens de indulgência (aqueles que os consumidores costumam presentear), tenderam a perder espaço nas gôndolas dos supermercados para os itens essenciais, componentes das cestas básicas, devido a inflação e juros elevados. De acordo com o Índice de Ruptura da Neogrid, empresa especializada em soluções digitais para as cadeias de suprimentos, é o que aconteceu com o chocolate, cuja indisponibilidade nas gôndolas disparou simultaneamente com a diminuição das vendas. Esse indicador considera os dados de praticamente 80% das maiores redes supermercadistas do Brasil.

Em maio, a ruptura da barra de chocolate, atingiu o patamar de 20,3%, maior indisponibilidade desde maio de 2020, no início da pandemia de Covid-19, quando o índice atingiu 17,8%. Em abril passado, a ruptura havia ficado em 11,1%.

Para Robson Munhoz, diretor de customer success da Neogrid, sob inflação e sob o embate com a indústria para que o custo da produção não seja repassado até as gôndolas, os varejistas vêm trabalhando com estoques cada vez menores e repondo menos os itens de indulgência. ?O supermercado abasteceu menos, a prateleira está menos reforçada, e, tirando o efeito Páscoa, quando a ruptura no mês seguinte ao evento de fato sobe um pouco, agora o que vimos é uma diminuição de estoque e de venda. O varejo comprou menos chocolate porque acreditou que venderia menos em virtude do aumento de preço e da dificuldade de dinheiro do consumidor no supermercado?, explica. ?Com menor poder de compra e produtos mais caros, o consumidor não vai praticar indulgência consigo: vai comprar aquilo que é básico?, afirma Munhoz.

Ruptura geral aumenta em relação a abril

A ruptura geral das categorias, em maio, ficou em 11,5%, pouco acima dos 10,8% registrados em abril e também em março. Estoque e venda praticamente não alteraram em relação a abri, mês que registrou o menor estoque desde o começo da pandemia, em 2020. ?O estoque segue baixo, e o varejista continua se vendo obrigado a negociar com a indústria, que ainda tenta repassar o aumento de preço por conta do aumento de insumos?, destaca o diretor da Neogrid. Com isso, ele explica, ?essa negociação vai ficando mais dura e acirrada e competitiva?.

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